São Paulo, segunda, 11 de maio de 1998

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DIVINO
Fundada em 1769, São Luís do Paraitinga oferece conjunto arquitetônico dos séculos 18 e 19 e passeios radicais
Tome um banho de história e de cachoeira

da Reportagem Local

Quem chega a São Luís do Paraitinga é premiado com um cenário bucólico. Fundada em 1769, a cidade é circundada pelas montanhas do alto Vale do Paraíba.
Um rio, o Paraitinga, piscoso antigamente, mas ainda bastante limpo, dá literalmente um abraço na cidade, pois serpenteia toda a sua área urbana.
Para quem gosta de praia, o mar de Ubatuba está a apenas 45 km de distância.
A Festa do Divino é a principal atração da cidade, cujo patrimônio histórico foi tombado pelo Condephaat .
Mas vale a pena conhecer suas cachoeiras, como a do Faxinal, no vizinho município de Lagoinha. A cachoeira tem queda livre de mais de 30 metros de altura. Também vale a pena conhecer as fazendas centenárias, como a Boa Vista, de 1853, que conserva ainda os terreiros onde o café era secado e a roda d'água importada da Inglaterra para o aqueduto.

Casario colonial
Bastante visitado pelos amantes das caminhadas em trilhas e picadas é o Núcleo Santa Virgínia, no alto da serra do Mar, quase na divisa com Ubatuba.
Ele fica a 1.160 metros de altura, é rico em recursos hídricos e tem uma flora exuberante, típica da mata atlântica.
No Núcleo Santa Virgínia, que é gerido pela Secretaria do Meio Ambiente, pode-se praticar ainda o ratfing, que é a descida dos rios por meio de barcos infláveis.
Aqueles com mais coragem podem viajar a bordo de um caiaque por até três dias no rio Paraibuna.
Se você é daqueles que não apreciam a zona rural, há muito o que ver na cidade.
Estudiosos afirmam que São Luís do Paraitinga possui o "maior conjunto arquitetônico do Estado", com 90 sobradões datados dos séculos 18 e 19 e cuja arquitetura retrata a fase áurea do café na economia de São Paulo.
Botequim
Visite a portentosa igreja Matriz, localizada na praça central da cidade, construída no século 19 e que possui vários altares feitos em mármore carrara.
Ou então a pequenina, mas cheia de história, capela das Mercês, do século 18, cujas paredes foram erguidas em taipa de pilão.
Um das ruas da cidade, a da Floresta, possui calçamento em pedra feita por escravos, que também foram responsáveis pela retirada de pedras do rio Paraitinga para calçar a ladeira das Mercês, ao lado da capela que leva o mesmo nome.
Apesar de bastante descuidado ultimamente, o Mercado Municipal é o ponto habitual de bate-papo dos luizenses.
Ali, sob arcadas levantadas no início deste século, funcionam febrilmente pequenos bares e botequins. Neles, comidas típicas, como o "afogado", podem ser saboreadas.
(SEBASTIÃO NASCIMENTO)



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