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TRÁFEGO AÉREO
Exigências do país devem beneficiar vôos via África do Sul, América Central, Canadá e Europa
Vistos de escala nos EUA podem alterar as rotas mundiais
HELOISA LUPINACCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Consolidadas há anos, as rotas
aéreas podem mudar. Houve um
tempo em que os caminhos levavam à Roma e, atualmente, muitos dos vôos para a Ásia e para a
América Central fazem conexão
nos EUA. Mas a paradinha -técnica e até turística- em solo estadunidense ficou comprometida
com a mudança, na semana passada, nas regras do visto, que requerem carimbo no passaporte
para passageiros em conexão.
Tal encruzilhada pode pôr outras rotas em foco, afetando ainda
mais a saúde das companhias aéreas norte-americanas, responsáveis por uma série infinita de
triangulações de vôos que, a partir
dos EUA, servem o mundo todo.
A Folha pesquisou caminhos
(veja quadro acima) para quem
não tem visto para os EUA.
A mudança das regras colocou
uma entrevista obrigatória no caminho até do passageiro em trânsito. Feita na embaixada dos EUA,
em Brasília, ou nos consulados do
Rio e de São Paulo, a exigência encarece e burocratiza as viagens de
quem não mora nessas cidades.
O visto de turista custa US$ 100
mais R$ 35. Para tirar um visto de
trânsito, que vale três meses, paga-se US$ 20 a mais.
Sim, nos EUA, o número de
vôos para diversos pontos do
mundo é impressionante, mas,
fuçando, dá para descobrir outras
conexões. Para destinos na Ásia,
há rotas em companhias aéreas
européias, canadenses e sul-africanas, com preços equivalentes.
Em alguns casos, dá para tirar
proveito de conexões demoradas
e até conhecer uma cidade no
meio do caminho entre o ponto
de partida e o de chegada.
Ir a Tóquio pela American Airlines tem como vantagem o preço
do bilhete aéreo e o número de
vôos que ligam Dallas à capital japonesa: dois por dia.
Mas a Air France oferece promoção no mesmo trecho, com
parada em Paris. O número de
vôos ligando a capital francesa à
japonesa é igual: dois por dia. As
conexões a partir do aeroporto
Charles de Gaulle levam uma hora e meia. E o preço, até 31 de outubro, é menor via Paris. Ainda
pela Europa, a holandesa KLM
pode agradar a quem quiser passear: a conexão em Amsterdã exige que o passageiro pernoite lá.
Outra rota para quem não tem
visto para os EUA é via Canadá.
Mas, nesse caso, o viajante terá
que tirar outro visto. A boa notícia
é que o visto canadense, gratuito,
é emitido no mesmo dia. A Air
Canada voa ao Japão com escalas
em Toronto e Vancouver em 25
horas de vôo, duas a mais, em média, que a realizada via Dallas.
América Central
Miami integra a rota do Caribe e
da América Central. A viagem é
mais longa, mas a escala é popular: as companhias dos EUA têm
enorme capacidade de conexão,
aviões bem mantidos, serviços de
qualidade. Mas, agora, empresas
como a Copa Airlines, com sede
no Panamá, e a AeroMexico apresentam-se como alternativas.
Quem ruma para Cancún compra passagem pela American pagando US$ 62 menos do que cobra a AeroMexico. A AeroMexico
tem um ou dois vôos a mais para
Cancún do que a American, dependendo do dia. A diferença é
que a última faz escala na Cidade
do México, e a primeira, em Miami. Na ponta do lápis, se o passageiro tiver que tirar o visto de turista para voar pela American,
gastará US$ 38 e R$ 35 a mais do
que o que optar pela AeroMexico.
Para a Jamaica, a conta muda.
Pela American Airlines, o viajante
passa por Miami, de onde partem
dois vôos por dia para Montego
Bay. Já pela panamenha Copa, o
viajante terá que pernoitar na Cidade do Panamá. O mesmo ocorre com quem vai a Santo Domingo, na República Dominicana. Pela American, o vôo faz escala em
Miami, de onde partem três vôos.
A Copa tem só um vôo por dia.
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