UOL


São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRÁFEGO AÉREO

Exigências do país devem beneficiar vôos via África do Sul, América Central, Canadá e Europa

Vistos de escala nos EUA podem alterar as rotas mundiais

HELOISA LUPINACCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Consolidadas há anos, as rotas aéreas podem mudar. Houve um tempo em que os caminhos levavam à Roma e, atualmente, muitos dos vôos para a Ásia e para a América Central fazem conexão nos EUA. Mas a paradinha -técnica e até turística- em solo estadunidense ficou comprometida com a mudança, na semana passada, nas regras do visto, que requerem carimbo no passaporte para passageiros em conexão.
Tal encruzilhada pode pôr outras rotas em foco, afetando ainda mais a saúde das companhias aéreas norte-americanas, responsáveis por uma série infinita de triangulações de vôos que, a partir dos EUA, servem o mundo todo.
A Folha pesquisou caminhos (veja quadro acima) para quem não tem visto para os EUA.
A mudança das regras colocou uma entrevista obrigatória no caminho até do passageiro em trânsito. Feita na embaixada dos EUA, em Brasília, ou nos consulados do Rio e de São Paulo, a exigência encarece e burocratiza as viagens de quem não mora nessas cidades.
O visto de turista custa US$ 100 mais R$ 35. Para tirar um visto de trânsito, que vale três meses, paga-se US$ 20 a mais.
Sim, nos EUA, o número de vôos para diversos pontos do mundo é impressionante, mas, fuçando, dá para descobrir outras conexões. Para destinos na Ásia, há rotas em companhias aéreas européias, canadenses e sul-africanas, com preços equivalentes. Em alguns casos, dá para tirar proveito de conexões demoradas e até conhecer uma cidade no meio do caminho entre o ponto de partida e o de chegada.
Ir a Tóquio pela American Airlines tem como vantagem o preço do bilhete aéreo e o número de vôos que ligam Dallas à capital japonesa: dois por dia.
Mas a Air France oferece promoção no mesmo trecho, com parada em Paris. O número de vôos ligando a capital francesa à japonesa é igual: dois por dia. As conexões a partir do aeroporto Charles de Gaulle levam uma hora e meia. E o preço, até 31 de outubro, é menor via Paris. Ainda pela Europa, a holandesa KLM pode agradar a quem quiser passear: a conexão em Amsterdã exige que o passageiro pernoite lá.
Outra rota para quem não tem visto para os EUA é via Canadá. Mas, nesse caso, o viajante terá que tirar outro visto. A boa notícia é que o visto canadense, gratuito, é emitido no mesmo dia. A Air Canada voa ao Japão com escalas em Toronto e Vancouver em 25 horas de vôo, duas a mais, em média, que a realizada via Dallas.

América Central
Miami integra a rota do Caribe e da América Central. A viagem é mais longa, mas a escala é popular: as companhias dos EUA têm enorme capacidade de conexão, aviões bem mantidos, serviços de qualidade. Mas, agora, empresas como a Copa Airlines, com sede no Panamá, e a AeroMexico apresentam-se como alternativas.
Quem ruma para Cancún compra passagem pela American pagando US$ 62 menos do que cobra a AeroMexico. A AeroMexico tem um ou dois vôos a mais para Cancún do que a American, dependendo do dia. A diferença é que a última faz escala na Cidade do México, e a primeira, em Miami. Na ponta do lápis, se o passageiro tiver que tirar o visto de turista para voar pela American, gastará US$ 38 e R$ 35 a mais do que o que optar pela AeroMexico.
Para a Jamaica, a conta muda. Pela American Airlines, o viajante passa por Miami, de onde partem dois vôos por dia para Montego Bay. Já pela panamenha Copa, o viajante terá que pernoitar na Cidade do Panamá. O mesmo ocorre com quem vai a Santo Domingo, na República Dominicana. Pela American, o vôo faz escala em Miami, de onde partem três vôos. A Copa tem só um vôo por dia.

Texto Anterior: Pacote
Próximo Texto: Companhias aéreas e turismo norte-americano saem perdendo
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.