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PEGOS DE SURPRESA
Imigrantes têm de adiar passagem pela falta de visto de trânsito
Nova regra afeta mais dekassegui
JULIANA DORETTO
DA REPORTAGEM LOCAL
A fila em frente ao consulado
norte-americano em São Paulo,
formada quase todas as manhãs
por interessados em obter vistos
de entrada nos EUA, tem ganhado novas feições desde a semana passada. Com a exigência
do visto de trânsito para quem
faz escalas no país, os dekasseguis (nipo-brasileiros que imigram à terra de seus antepassados em busca de trabalho) aumentaram sua presença na lista
de interessados no documento,
já que a principal rota entre o
Brasil e o Japão utiliza os EUA.
De férias em Mato Grosso, a
operária Solange Mizuguchi, 37,
no Japão desde 91, foi pega de
surpresa pela nova determinação. "Minha passagem já estava
marcada para terça [passada],
quando um prima me ligou de
lá avisando. Cheguei a São Paulo no dia do embarque, de manhã, e vim para o consulado,
mas não consegui o visto no
mesmo dia e tive que adiar a viagem para três dias depois."
Mais do que perder tempo,
Solange também teve que desembolsar alguns reais a mais
com o pedido do visto. Além
dos US$ 120 da taxa, foram três
diárias de hotel e despesas com
alimentação e com transporte
durante os dias em que ficou em
na capital aguardando o vôo.
Fernanda Utiyama, 21, operária,
veio direto de Maringá para a fila do consulado. No Japão desde
os 12 anos, ela diz que nem pensou em viajar usando uma rota
alternativa. "A viagem demora
mais e a passagem é mais cara."
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