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TERRA DE PINGÜIM
Lembranças devem se restringir a fotografias, vídeos e objetos comprados no navio
Suvenir da natureza fica no pólo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA NA ANTÁRTIDA
Um cruzeiro até a Antártida deve ser encarado como uma expedição e uma aula de bons modos
diante de um ambiente e de populações especiais.
Embora o navio tenha uma programação dia a dia, ela pode não
se concretizar por razões de força
maior: visitas ou desembarques
podem ser suspensos por clima
ruim, nevascas ou ventos pesados, que não permitem aos botes
infláveis, chamados de zodiacs,
navegar com segurança. A boa
notícia é que o pessoal de bordo
tem sempre uma carta na manga,
com outra opção de passeio ou
desembarque sem riscos.
O controle de entrada e saída do
barco é eletrônico, feito com um
cartão de identificação, que tem
foto e código de barras. Não se
permite o uso de sapatos em praticamente nenhum desembarque.
Os expedicionários usam botas de
borracha, que são desinfetadas
exteriormente tanto na saída como na chegada.
Fumar só é permitido em certos
lugares do barco. Nem pense em
jogar a bituca no mar. Não leve
suvenires da natureza, como pedras, areia e conchas. Imagine se
cada visitante resolver levar um
simples pedrinha? Serão mais de
12 mil delas retiradas a cada temporada. Além disso, o material
usado pelos pingüins para fazer
seu ninhos é justamente a pedra.
A recomendação é que as lembranças da viagem sejam fotografias e vídeos ou suvenires vendidos nas bases ou na loja do navio.
O planeta agradece se o expedicionário vir algum lixo deixado
por humano -tubos de filme, sacos plásticos, papéis de bala, chicletes, enfim, tudo o que nossa
(in)civilização costuma jogar no
chão- e carregá-lo ao barco.
Recomenda-se não fazer barulho que perturbe a paz dos animais nem dar de comer a eles, tocá-los, manejá-los, ficar perto demais deles ou fazer algo que modifique seu comportamento.
Tenha cuidado ao pisar nas rochas, verifique se não há algum tipo de vegetação nela, como líquen
ou musgo -indícios de que a vida está lutando para crescer ali.
Em poucas palavras, o expedicionário deve entrar na Antártida
e sair dela carregado só de bons
momentos, e esses, com certeza,
ocuparão um grande espaço no
seu coração.
(JAIME BÓRQUEZ)
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