São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

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TERRA DE PINGÜIM

Lembranças devem se restringir a fotografias, vídeos e objetos comprados no navio

Suvenir da natureza fica no pólo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA NA ANTÁRTIDA

Um cruzeiro até a Antártida deve ser encarado como uma expedição e uma aula de bons modos diante de um ambiente e de populações especiais.
Embora o navio tenha uma programação dia a dia, ela pode não se concretizar por razões de força maior: visitas ou desembarques podem ser suspensos por clima ruim, nevascas ou ventos pesados, que não permitem aos botes infláveis, chamados de zodiacs, navegar com segurança. A boa notícia é que o pessoal de bordo tem sempre uma carta na manga, com outra opção de passeio ou desembarque sem riscos.
O controle de entrada e saída do barco é eletrônico, feito com um cartão de identificação, que tem foto e código de barras. Não se permite o uso de sapatos em praticamente nenhum desembarque. Os expedicionários usam botas de borracha, que são desinfetadas exteriormente tanto na saída como na chegada.
Fumar só é permitido em certos lugares do barco. Nem pense em jogar a bituca no mar. Não leve suvenires da natureza, como pedras, areia e conchas. Imagine se cada visitante resolver levar um simples pedrinha? Serão mais de 12 mil delas retiradas a cada temporada. Além disso, o material usado pelos pingüins para fazer seu ninhos é justamente a pedra. A recomendação é que as lembranças da viagem sejam fotografias e vídeos ou suvenires vendidos nas bases ou na loja do navio.
O planeta agradece se o expedicionário vir algum lixo deixado por humano -tubos de filme, sacos plásticos, papéis de bala, chicletes, enfim, tudo o que nossa (in)civilização costuma jogar no chão- e carregá-lo ao barco.
Recomenda-se não fazer barulho que perturbe a paz dos animais nem dar de comer a eles, tocá-los, manejá-los, ficar perto demais deles ou fazer algo que modifique seu comportamento.
Tenha cuidado ao pisar nas rochas, verifique se não há algum tipo de vegetação nela, como líquen ou musgo -indícios de que a vida está lutando para crescer ali.
Em poucas palavras, o expedicionário deve entrar na Antártida e sair dela carregado só de bons momentos, e esses, com certeza, ocuparão um grande espaço no seu coração. (JAIME BÓRQUEZ)


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