|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NOVA ORLEANS
Passeio causa polêmica, mas desperta interesse ao visitar casas devastadas pelo furacão e abrigos para vítimas
Tour mostra áreas atingidas pelo Katrina
DA ASSOCIATED PRESS
Em Nova Orleans, um novo
passeio leva o turista para ver lojas fechadas e casas destruídas nas
áreas atingidas pela passagem do
furacão Katrina, em agosto do
ano passado. O tour de ônibus,
organizado pela Gray Line New
Orleans, causou polêmica entre
alguns moradores. Eles questionam se a atividade é um oportunismo mórbido ou uma forma de
ajudar as pessoas a entenderem a
dimensão da tragédia.
"Senti-me culpada ao ir, mas é
algo que temos de fazer", disse
Toni Stone, passageira da primeira excursão da companhia para
ver as ruínas do Katrina.
Eric Tapp, vítima das enchentes
e morador do bairro de Gentilly,
um dos mais atingidos pelo furacão e por onde o ônibus passa, parecia resignado quando foi perguntado se sentia ressentimentos
em relação à Gray Line por ganhar dinheiro com a tragédia. "É
uma cidade aberta", disse. "Não
há nada que se possa fazer."
O passeio custa US$ 35 para
adultos e US$ 28 para crianças.
Dura três horas, e sua rota inclui a
Canal Street, onde muitos estabelecimentos comerciais permanecem fechados depois das enchentes que atingiram 80% da cidade e
dos saques que se seguiram.
O ônibus passa também pelo
Superdome, onde milhares se refugiaram e esperaram por ajuda
por dias, e pelo Centro de Convenções Morial, outro abrigo, onde algumas pessoas morreram
enquanto aguardavam o resgate.
Vai depois para algumas das áreas
mais atingidas, como Lakeview e
Gentilly. Nesses bairros, onde a
água chegou até o telhado, escombros se acumulam, e casas aguardam a demolição.
A companhia prometeu doar
US$ 3 por cada ingresso vendido
para instituições de caridade relacionadas ao Katrina. A executiva
local da Gray Line, Julee Pearce,
acredita que as excursões ajudarão o turismo na cidade a se levantar. A Gray Line, por exemplo,
tinha 65 funcionários antes do furacão; hoje, há apenas seis empregados. Pearce também disse que a
companhia tem recebido telefonemas de pessoas interessadas no
passeio, incluindo escolas.
Os passageiros do tour recebem
um pacote com fotos da destruição e uma carta, cujo conteúdo
pede ajuda para a cidade. Pearce
afirmou ainda que os organizadores do passeio queriam chamar a
atenção para outras áreas de Nova
Orleans, menos divulgadas, mas
que também foram seriamente
atingidas. Outras excursões menores foram organizadas na área
nas últimas semanas.
Texto Anterior: TAM: Participação de mercado atinge 46% em dezembro Próximo Texto: Identidade: Ingleses buscam símbolos que traduzem o país Índice
|