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LITORAL DE CONTRASTES
Povoado preserva harmonia com a natureza, embora já seja conhecido internacionalmente
Jericoacoara mantém aura que a consagrou
NO LITORAL CEARENSE
Com fama de ser uma das
praias mais belas do mundo, Jericoacoara está conseguindo -pelo menos aparentemente- manter seu aspecto de povoado pacato, embora não esteja mais dependendo só da pesca.
Placas pedindo a preservação
do ambiente e nativos agachando
para catar papéis e garrafas no
chão demonstram uma certa
preocupação da comunidade em
preservar a região.
A ocupação também parece não
agredir a natureza, já que as construções mantêm um aspecto harmonioso com as ruas de terra.
Jericoacoara tem programas para todas as idades e todas as tribos. Enquanto os mais velhos fazem caminhadas pela praia, os
notívagos têm a madrugada inteira embalada a forró.
Bugues, jardineiras e caminhonetes auxiliam o transporte de turistas interessados em explorar
tudo o que a região oferece, realizando passeios a Tatajuba, vila soterrada pelas dunas, à praia do
Preá e às belas lagoas de Jijoca.
A alternativa mais barata é a caminhonete (R$ 16 para duas pessoas), embora o turista tenha que
se sujeitar a bater a cabeça no teto
constantemente e a encravar as
unhas nos seus encostos (o bugue
custa R$ 80 para quatro pessoas e
a jardineira, R$ 13 por pessoa).
Outra alternativa, comercializada na pousada Casa do Turismo, é
alugar um GPS (aparelho de localização) e ir a pé até a lagoa Paraíso, em Jijoca (a diária do instrumento custa R$ 20). Ou contratar
um guia para fazer o trajeto.
Vale a pena ficar algumas horas
à beira da Paraíso, bastante frequentada por windsurfistas e turistas em busca do ócio, que lagarteiam nos restaurantes à sua volta.
Já a lagoa Azul, irmã da Paraíso,
tem só um restaurante, que não é
tão agradável por concentrar
muita gente num espaço menor.
Um dos marcos mais famosos
de Jeri, a Pedra Furada pode ser
alcançada a pé ou a cavalo.
A caminhada não é tão light,
pois alguns morrinhos separam o
turista do seu objetivo final. Na
chegada, os vendedores de água
mineral, coco e cerveja aliviam a
sede do cansado andarilho.
Enquanto isso, máquinas fotográficas disparam em direção ao
monumento natural, sobre o qual
pais irresponsáveis se empoleiram com os filhotes nos ombros.
As inúmeras pedras do mar
próximo impedem o banho e às
vezes machucam as pernas dos
descuidados. O melhor é andar
em direção à pedra do Frade, onde as ondas fazem massagens relaxantes nas costas dos banhistas.
Seja qual for a atividade realizada, vale a pena economizar um
pouco de energia para subir a duna do Pôr-do-Sol ao cair da tarde,
quando nativos e turistas deslizam pela areia em pranchas de esqui-bunda e de sandboard.
(MV)
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