São Paulo, segunda-feira, 12 de março de 2001

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LITORAL DE CONTRASTES

Povoado preserva harmonia com a natureza, embora já seja conhecido internacionalmente

Jericoacoara mantém aura que a consagrou

NO LITORAL CEARENSE

Com fama de ser uma das praias mais belas do mundo, Jericoacoara está conseguindo -pelo menos aparentemente- manter seu aspecto de povoado pacato, embora não esteja mais dependendo só da pesca.
Placas pedindo a preservação do ambiente e nativos agachando para catar papéis e garrafas no chão demonstram uma certa preocupação da comunidade em preservar a região.
A ocupação também parece não agredir a natureza, já que as construções mantêm um aspecto harmonioso com as ruas de terra.
Jericoacoara tem programas para todas as idades e todas as tribos. Enquanto os mais velhos fazem caminhadas pela praia, os notívagos têm a madrugada inteira embalada a forró.
Bugues, jardineiras e caminhonetes auxiliam o transporte de turistas interessados em explorar tudo o que a região oferece, realizando passeios a Tatajuba, vila soterrada pelas dunas, à praia do Preá e às belas lagoas de Jijoca.
A alternativa mais barata é a caminhonete (R$ 16 para duas pessoas), embora o turista tenha que se sujeitar a bater a cabeça no teto constantemente e a encravar as unhas nos seus encostos (o bugue custa R$ 80 para quatro pessoas e a jardineira, R$ 13 por pessoa).
Outra alternativa, comercializada na pousada Casa do Turismo, é alugar um GPS (aparelho de localização) e ir a pé até a lagoa Paraíso, em Jijoca (a diária do instrumento custa R$ 20). Ou contratar um guia para fazer o trajeto.
Vale a pena ficar algumas horas à beira da Paraíso, bastante frequentada por windsurfistas e turistas em busca do ócio, que lagarteiam nos restaurantes à sua volta.
Já a lagoa Azul, irmã da Paraíso, tem só um restaurante, que não é tão agradável por concentrar muita gente num espaço menor.
Um dos marcos mais famosos de Jeri, a Pedra Furada pode ser alcançada a pé ou a cavalo.
A caminhada não é tão light, pois alguns morrinhos separam o turista do seu objetivo final. Na chegada, os vendedores de água mineral, coco e cerveja aliviam a sede do cansado andarilho.
Enquanto isso, máquinas fotográficas disparam em direção ao monumento natural, sobre o qual pais irresponsáveis se empoleiram com os filhotes nos ombros.
As inúmeras pedras do mar próximo impedem o banho e às vezes machucam as pernas dos descuidados. O melhor é andar em direção à pedra do Frade, onde as ondas fazem massagens relaxantes nas costas dos banhistas.
Seja qual for a atividade realizada, vale a pena economizar um pouco de energia para subir a duna do Pôr-do-Sol ao cair da tarde, quando nativos e turistas deslizam pela areia em pranchas de esqui-bunda e de sandboard. (MV)


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