São Paulo, segunda-feira, 12 de março de 2001

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País recebeu 100 mil visitantes no ano passado; atrações incluem locais dedicados ao seu fundador

Coréia do Norte quer turista, menos dos EUA

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Coréia do Norte, por muito tempo um dos países mais isolados do mundo, estendeu um tapete de boas-vindas a turistas internacionais durante a Feira Internacional de Turismo de Berlim (ITB), na semana passada. Mas também disse que não quer a visita de norte-americanos.
Kim Ryong Hwan, diretor da única empresa de viagens da Coréia do Norte -dirigida pelo Estado-, mostrava durante a feira um livro de fotos das montanhas Myohyang, cujo subtítulo era "A Beleza Soberba". Também mostrou a Casa Internacional da Amizade, onde os visitantes podem admirar 200 mil presentes do fundador da Coréia do Norte, Kim Il-sung, morto em 1994.
"Algumas pessoas sugeriram a nosso antigo líder que extraísse carvão dessas montanhas. Mas ele disse: "Não, parem, a beleza fica melhor assim'", disse Kim.
Kim também exaltou as qualidades da capital, Pyongyang, uma cidade descrita como sendo recheada de casas pré-fabricadas e estátuas em homenagem às lideranças do país. "Pyongyang é calma e o ar é puro. A paisagem é bonita e a água nos rios é muito limpa", disse Kim. "As pessoas são muito amigáveis, também."
O material promocional também destacava o "local de nascimento do respeitado companheiro Kim Il-sung" e o museu da Guerra Vitoriosa da Libertação da Pátria. Poucas centenas de europeus visitaram a Coréia do Norte no ano passado, de um total de 100 mil estrangeiros, a maioria chinesa. O país espera atrair mil europeus em 2001.
Aparecer na ITB já é um grande salto para a Coréia do Norte.
O país montou estandes na feira entre 91 e 93, mas não participou mais até este ano, quando ocorre uma melhora das relações internacionais, que incluiu a abertura de relações diplomáticas com a Alemanha na semana retrasada.
"O principal problema é que a maioria dos europeus não sabe nada sobre nosso país", disse Ri Yong-bom, gerente da Korea International Travel Company. "Estamos prontos para receber todos os estrangeiros, menos você", disse, rindo, para um norte-americano que visitava o estande. "Isso será para um futuro próximo."
Até agora, explicou, os norte-coreanos não tinham uma impressão boa dos norte-americanos porque muitas pessoas morreram na Guerra da Coréia (1950-53), quando os EUA apoiaram a Coréia do Sul.
Turistas que vão à Coréia do Norte pagam cerca de US$ 100 por dia por um pacote com hotel, refeições e passeios. Um pacote de 22 dias vendido na Alemanha, durante a feira, custava 8.690 marcos alemães, cerca de US$ 4.132.


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