|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MOCHILA À CUBANA
Ir a Havana Velha é como viajar no tempo
Bairro é ruidoso, com trilha de salsa, jazz e raggaeton; dizer "no, gracias" basta para afastar os "jineteros"
DO ENVIADO ESPECIAL A CUBA
COLABORAÇÃO PARA FOLHA, EM CUBA
Não se decepcione se o primeiro carro que você ver em
Havana não for um Buick, um
Cadillac ou BellAir. Os táxis
que levam os recém-chegados
do aeroporto à capital são máquinas novas. No caminho até
lá, não se espante se cruzar com
Audis, Toyotas e Mercedes.
Eles existem na ilha, mas sequer habitam os sonhos dos cubanos. A viagem no tempo que
muitos procuram começa em
Havana Velha.
Os quarteirões são formados
por ruas estreitas, onde vetustos prédios fazem reverberar o
som da cidade. Os cubanos são
barulhentos. Parece que há caixas de som espalhadas pelas
ruas. A salsa, o jazz e o reggaeton (ritmo que mistura a batida
do hip hop com reggae, mas
com conteúdo duvidoso) pulsam ininterruptamente. Mas a
melhor música da cidade, obviamente, não vem das casas,
mas sim dos bares.
Coloque na sua lista os já badalados Bodeguita del Médio e
Floridita, mas inclua o Monserrat, o La Zorra y el Cuervo, esse
em Vedado, e o Rosalía de Castro, onde os principais músicos
da cidade ensaiam.
Fora da rota musical, ainda
há muitas histórias para se
conhecer em Havana. E para
isso, prefira ir a pé.
Siga pelo paseo de Martí, um
bulevar que divide Havana Velha e Centro Havana. Não é raro algum grupo musical ou de
dança se apresentar sob as árvores que transformam a passarela em uma espécie de túnel.
Em direção à calle Obispo,
você já pode observar o aglomerado de gente que ruma para
a plaza das Armas. Mas o melhor mesmo é se perder.
Caminhar pelo Malecón, a
avenida à beira-mar que cobre
uma área de cerca de oito quilômetros. Parar para tomar rum
e fumar um puro no bar do
hotel Nacional, o mais famoso
da ilha. Porque um diazinho de
luxo não vai fazer mal a mochileiro nenhum.
A cara visita de 10 CUCs (R$
18) a uma fábrica de charutos, a
Partagás, elucida o porquê dos
448 CUCs (R$ 806) cobrados
por uma caixa dos famosos Cohiba. O processo é todo manual.
Daí também a abundante
oferta de charutos nas ruas.
Não compre nada dos vendedores ambulantes. O preço é mesmo convidativo, cerca de um
quarto do valor anotado nas lojas oficiais, mas a maioria dos
produtos é falsificada.
Os chamados "jineteros", homens ou mulheres que se oferecem para dar uma mão ao turista em troca de dinheiro, é o
mais deve causar incômodo.
Seja firme. Um "no, gracias"
funciona bem.
Também é comum ouvir pedidos de canetas, sabonetes,
xampus e até de peças de roupa.
É uma minoria que faz isso e
que incomoda até mesmo outros cubanos.
A viagem a Cuba acaba sendo
importante para que se entenda melhor o que anos de embargo econômico imposto pelos Estados Unidos e a derrocada soviética causaram ao país.
Texto Anterior: Internet é forte aliada de mochileiro rumo a Cuba Próximo Texto: Mochila à cubana: Após furto de óculos, estátua de Lennon é vigiada 24h/dia Índice
|