São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2008

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MOCHILA À CUBANA

Clichê do Caribe, Cayo Coco exige esforço

Mochileiro precisa se hospedar em cidade vizinha, pegar carona na estrada e andar para chegar à praia

DO ENVIADO ESPECIAL A CUBA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CUBA

As praias de Cayo Coco, arquipélago da Província de Ciego de Ávila, são um clichê caribenho. Você vai encontrar um mar que parece piscina, a areia branca, as gaivotas em violentos mergulhos em busca de comida e muitos estrangeiros.
Mas -para quem não cogita gastar no mínimo 150 CUCs (R$ 270) para desfilar com as pulseiras dos resorts instalados ali-, chegar exige cara de pau e esforço extra. Algo que vem no DNA dos mochileiros.
Para gastar pouco sem deixar de desfrutar o visual desse balneário, é preciso fazer um longo trajeto. E, nesse caso, não há meios de encurtar o caminho.
O primeiro passo é ir até Ciego de Ávila, o que pode ser feito tanto de ônibus quanto de trem. Quando chegar à estação rodoviária, siga para Morón, a cidade mais próxima de Cayo Coco. Resista à tentação de ir de táxi. Há um ônibus municipal que liga essas cidades em apenas uma hora.
Morón é uma cidade pequena e interiorana, apesar da proximidade com o mar. Alguns visitantes permanecem em Morón e vão e voltam todos os dias de Cayo Coco. É a opção mais barata, com gastos diários em torno de 60 CUCs (R$ 108), incluindo hospedagem e refeição.
Esqueça conforto e comodidade nesse caso. Primeiro, porque seu dia vai começar cedo, por volta das 7h. Segundo, porque, após o périplo até chegar a Morón, há outro até Cayo Coco.
Com uma mochila equipada no melhor estilo "farofa" -com um piquenique, água e protetor solar, no mínimo-, pegue uma charrete que o leve até a rodovia de Cayo Coco.
Como não há transporte regular até as praias, é preciso pegar carona -paga ou não. Quanto mais cedo você chegar à rodovia, mais chances de conseguir uma. É o horário de pico.
Parte do percurso, de cerca de 70 km, é feito por uma estrada que reserva algumas emoções. A primeira parada é em um posto policial.
Eles verificam o passaporte e se há cubanos portando um documento que os libere para entrar nas praias, uma requisição que deve ser feita com um dia de antecedência. Se os passageiros não tiverem os documentos, não podem passar. Até meses atrás, eles não podiam freqüentar essas praias.
Passado o posto, é hora de pegar a estrada Pedra Plen, que liga Morón a Cayo Coco. Poderia ser uma estrada qualquer, não fosse o fato de ela ter sido erguida sobre o mar do Caribe.
Fique com a câmera fotográfica a postos. É possível vislumbrar o sol "rasgando" a água nas primeiras horas da manhã. O motorista vai deixá-lo no caminho para a primeira praia. Em 15 minutos de caminhada já se vê uma linha azul se formando no horizonte. É o mar. (AN e TS)


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