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MOCHILA À CUBANA
Em Santiago, memória musical é mantida viva
Cidade quente e cheia de morros revelou músicos famosos, e as novas gerações alimentam sua vocação
DO ENVIADO ESPECIAL A CUBA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CUBA
O alerta para quem segue para Santiago de Cuba vem de outros moradores do país. "Faz
muito calor por lá. E a cidade
tem muitos morros para subir."
O aviso é válido, claro. Mas o
que muitos "escondem" é que
Santiago é a capital musical da
ilha. Grandes músicos cubanos,
como Compay Segundo e Ibrahim Ferrer, que integravam o
mítico Buena Vista Social Club,
foram revelados ali.
À sombra dos grandes nomes, gerações de músicos deram continuidade à vocação da
cidade. Pelas ruas, grupos
ecoam o son, o ritmo cubano.
A calle Herida, no centro
histórico da cidade, é uma das
mais animadas, com sua Casa
de la Trova, onde há apresentações diárias de grupos musicais, que lotam de turistas o casarão que serve como cenário.
Já para driblar os estrangeiros e se integrar ao divertimento dos cubanos, o melhor é ir
para a Casa das Tradições, na
calle General Rabí. Para chegar
lá à noite, o melhor é ir de táxi.
Durante o dia, se suportar o calor, siga pela escadaria de Padre
Pico. Após vencer os degraus,
chega-se ao bairro Tívoli.
Nesse mesmo bairro está o
museu da Luta Clandestina,
que ajuda a traduzir o espírito
da revolução e seus atores.
A visita guiada é essencial para entender a importância que
jovens como Frank Garcia tiveram para o êxito da revolução,
que começou por ali, quando
Fidel Castro, Che e outros desembarcaram do Granma.
Localização é tudo
A melhor área para se hospedar é a próxima à plaza de Marte, onde fica o centro comercial.
Percorrendo poucas quadras
avista-se o parque Céspedes.
Nesse espaço estão o museu
Bacardí, o Balcón de Velázquez,
de onde se tem uma vista privilegiada da costa, e a catedral de
Asunción. Ainda nesse miolo,
pare no La Isabelica para provar o cafezinho cubano.
Fora do centro histórico, o
monumento ao general Antonio Maceo se ergue, enorme,
em meio a um área verde. Nos
arredores estão também o cemitério Santa Ifigênia, que
guarda os jazigos de Campay e
Ferrer e o mausoléu de José
Martí, poeta e mártir da independência cubana.
Mais distante está o castillo
del Morro, o passeio mais caro.
Taxistas cobram cerca de 20
CUCs (R$ 36), ida e volta. Além
do valor histórico, o castelo
guarda singular vista da baía de
Santiago.
(AN e TS)
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