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CENTRO-OESTE
Além do empadão goiano e do arroz com pequi, experimente ainda o alfenim e o bolinho de arroz
Cozinha de Goiás lembra a de Minas
da enviada especial a Goiás Velho
Com o turismo ainda incipiente, não se pode desfrutar em Goiás
Velho -como em Pirenópolis ou
Alto Paraíso- das delícias da culinária goiana, muito próxima da
cozinha mineira, embora mais
puxada no cominho, no açafrão e
na pimenta.
Os restaurantes da cidade funcionam apenas em dias de movimento, sobretudo nos feriados
mais longos e nos finais de semana. E a comida típica, em vez de
ser servida na maneira tradicional
do Estado -refeições por pessoa,
com várias opções de pratos- é
oferecida no "moderno" sistema
por quilo.
O arroz com pequi, um clássico
da culinária goiana, por exemplo,
só é encontrado em dias especiais.
O pequi, um fruto amarelo que
deve ser comido (melhor dizendo, "roído") com cuidado, pois
tem espinhos dentro, possui, em
igual número, adoradores ferrenhos e gente para a qual só o cheiro já espanta.
Algumas pousadas, como a do
Ipê, também oferecem serviço de
restaurante. No Ipê, um simpático casarão cujos quartos, com rede na varanda, dão para um jardim interno, são oferecidos o cardápio convencional e também o
vegetariano.
Outras boas opções de hospedagem são a pousada Dona Sinhá,
outro casarão transformado, e,
para os mais exigentes, o novo
hotel Vila Boa, com piscina, sauna, salão de jogos e telefone nos
quartos, como um hotel de cidade
grande.
As delícias de Goiás Velho têm
de ser garimpadas, assim como
antigamente ali se fazia com o ouro. Um lugar simples pode se revelar uma surpresa. É o caso do
bar Paulinho's, localizado na avenida beira-rio, que oferece o melhor empadão goiano da cidade.
O empadão (R$ 1,50 cada) é delicioso. Como em toda a cidade, a
tradição manda que seja preparado pelos homens -no caso, pelo
Paulinho que deu o nome ao estabelecimento, ajudado por sua
mulher, a falante Valdete, que
atende às mesas pessoalmente.
A massa do empadão tem um
recheio apimentado, com um tipo
de caldo de frango, pedacinhos
mínimos de linguiça, guariroba
(o palmito amargoso de lá), um
pouco de queijo e condimentos.
Mercado das delícias
No mercado da cidade, em frente à rodoviária velha, se esconde
outra delícia: o bolinho de arroz
de dona Inês, uma iguaria descoberta meio por acaso, em um dia
que faltou fubá de milho para o
bolo, e ela usou fubá de arroz,
queijo e ovos. Custa R$ 0,50 cada.
Aproveitando a visita ao mercado, vale a pena comprar algumas
garrafas de pimenta, cujos preços
não ultrapassam R$ 3. As coloridíssimas e saborosas pimentas de
cheiro, dedo-de-moça, cumarim,
bode e malagueta são vendidas
em garrafinhas, curtidas no azeite
e no vinagre.
Outras guloseimas: os alfenins
(docinhos em forma de figuras)
de dona Silvia Curado, especialista na arte de manipular o açúcar
com suas mãos "frias", e os doces
cristalizados de Antonia (no final
da rua Goiaci), que muitos compram para revender no centro da
cidade, mais caros.
No largo do Rosário também
podem ser encontradas peças de
artesanato de cerâmica e pedra,
cestos de palha, colchas em tear
artesanal (de R$ 20 a R$ 45) ou
"patchwork" (de retalhos, R$ 30 a
de solteiro e R$ 50 a de casal).
Na praça Tiradentes, em um sobrado de 1913 onde, dizem, funcionou em outros tempos um
bordel, está a loja de artesanato
mais completa da cidade, com
trabalhos manuais de cerâmica,
crochê, tear e artigos feitos de chifre, como o berrante.
(CYNARA MENEZES)
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