DO ENVIADO ESPECIAL

A experiência de entrar na Bombonera, o estádio do Boca Juniors e o mais famoso de Buenos Aires, já pode ser sentida pelo turista mesmo quando não há partida de futebol.
Pagando 7 pesos, o visitante pode desfrutar um tour pelas dependências do estádio que é realizado todos os dias. O passeio começa na entrada do museu do Boca a cada hora.
Logo no início, há uma pintura de Quinquela, um dos mais célebres pintores argentinos, conhecido por ilustrar as paisagens da Boca. Dizem que as casas do Caminito somente foram pintadas em diferentes cores, dando o ar charmoso do bairro, após as telas de Quinquela ficarem famosas.
A pintura na entrada da Bombonera retrata um navio com uma bandeira da Suécia. O turista pode não entender bem o porquê de uma bandeira sueca em um clube argentino de origem italiana. Mas o guia explica: "As cores da camisa do Boca são essas por causa da bandeira sueca".
No início do século, as cores do Boca eram azul e branca. Porém, em Buenos Aires, havia um outro clube com as mesmas cores, o Banfield. As duas equipes organizaram uma partida para decidir quem ficaria com o azul e o branco. Resultado: o Banfield venceu e conquistou as cores.
Os torcedores do Boca tiveram então de escolher novas cores para a camisa do time. E os anciães do bairro decidiram: "será a do primeiro barco que atracar no porto Riachuelo [o do bairro da Boca"". E na manhã seguinte chegou um navio da Suécia.
Na visita pelo estádio, reformado e bem mais moderno do que os de São Paulo, os turistas vão aos vestiários, às tribunas de imprensa e à arquibancada. A sensação é impressionante.
A Bombonera é uma arena. Construída em escamas, as arquibancadas se localizam a apenas dois metros do gramado.
Gramado, aliás, que é o ponto final da visita. Os turistas fazem o mesmo caminho que os jogadores nos dias de jogo. Sobem pelo túnel e entram no gramado. Há apenas uma condição: não arrancar a grama. (GC)


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