São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 2002

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VIZINHO EM PROMOÇÃO

Espectador entra em campo em filme em terceira dimensão exibido no museu do time portenho

Vire jogador do Boca por alguns minutos

DO ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

Buenos Aires é, como Londres, um das cidades com mais times e estádios de futebol do mundo. Somente na primeira divisão do Campeonato Argentino existem 14 times da Grande Buenos Aires. Quase todos têm seu próprio estádio, alguns no mesmo quarteirão, como os do Racing e Independiente, em Avellaneda, uma espécie de ABC da capital argentina.
O motivo para tantos times é fácil de explicar: cada bairro tem seu clube e cada clube tem sua equipe. São vários times pequenos e de bairro, como o Juventus e a Portuguesa em São Paulo. Destacam-se dois, o Boca Juniors e o River Plate, embora o Boca seja o mais carismático dos dois.
Localizado no charmoso, mas pobre, bairro da Boca, o Boca Juniors é uma mistura de Palmeiras e Corinthians. Foi fundado por italianos, como o time do Parque Antártica, e é o time do povão, como o do Parque São Jorge.
E, sabendo ser o clube argentino mais famoso no exterior, o Boca decidiu investir na sua marca e criou o museu do Boca Juniors, dentro do estádio da Bombonera, nos moldes do museu do Barcelona, o mais conhecido entre os times de futebol do mundo.
Por 12 pesos, o turista pode conhecer um pouco da história do clube xeneise (homenagem aos genoveses que o fundaram). Para começar, o museu possui uma redoma como a do Epcot, na qual o turista tem a sensação de ser um jogador do Boca.
Trata-se de um filme em terceira dimensão, no qual o espectador se transforma em um menino da Boca. No início da história, ele vai fazer teste no clube, e o final coincide com o dia da grande estréia na Bombonera, com direito aos gritos da torcida.
O museu ainda exibe os gols mais importantes da história do Boca, inclusive contra o Palmeiras na final da Libertadores de 2000. Televisores mostram o que acontecia no mundo em cada ano em que o Boca foi campeão.
E não falta, no meio dos troféus, uma camisa do Pelé, de quando ele era do Santos, autografada em um dia em que ele jogou na Bombonera. Essa é uma prova de que os argentinos respeitam muito o brasileiro. Além dele, há homenagens aos jogadores Domingos da Guia e Heleno de Freitas.
Claro, Maradona é a grande estrela do museu. Há um mural gigante dele, além de várias camisas. Na saída, o turista, já entusiasmado com o Boca, pode comprar tudo o que quiser do clube, até CDs com os gritos de guerra da La Doce (sua torcida organizada).
(GUSTAVO CHACRA)


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