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VIZINHO EM PROMOÇÃO
Espectador entra em campo em filme em terceira dimensão exibido no museu do time portenho
Vire jogador do Boca por alguns minutos
DO ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES
Buenos Aires é, como Londres,
um das cidades com mais times e
estádios de futebol do mundo. Somente na primeira divisão do
Campeonato Argentino existem
14 times da Grande Buenos Aires.
Quase todos têm seu próprio estádio, alguns no mesmo quarteirão,
como os do Racing e Independiente, em Avellaneda, uma espécie de ABC da capital argentina.
O motivo para tantos times é fácil de explicar: cada bairro tem
seu clube e cada clube tem sua
equipe. São vários times pequenos e de bairro, como o Juventus e
a Portuguesa em São Paulo. Destacam-se dois, o Boca Juniors e o
River Plate, embora o Boca seja o
mais carismático dos dois.
Localizado no charmoso, mas
pobre, bairro da Boca, o Boca Juniors é uma mistura de Palmeiras
e Corinthians. Foi fundado por
italianos, como o time do Parque
Antártica, e é o time do povão, como o do Parque São Jorge.
E, sabendo ser o clube argentino
mais famoso no exterior, o Boca
decidiu investir na sua marca e
criou o museu do Boca Juniors,
dentro do estádio da Bombonera,
nos moldes do museu do Barcelona, o mais conhecido entre os times de futebol do mundo.
Por 12 pesos, o turista pode conhecer um pouco da história do
clube xeneise (homenagem aos
genoveses que o fundaram). Para
começar, o museu possui uma redoma como a do Epcot, na qual o
turista tem a sensação de ser um
jogador do Boca.
Trata-se de um filme em terceira dimensão, no qual o espectador se transforma em um menino
da Boca. No início da história, ele
vai fazer teste no clube, e o final
coincide com o dia da grande estréia na Bombonera, com direito
aos gritos da torcida.
O museu ainda exibe os gols
mais importantes da história do
Boca, inclusive contra o Palmeiras
na final da Libertadores de 2000.
Televisores mostram o que acontecia no mundo em cada ano em
que o Boca foi campeão.
E não falta, no meio dos troféus,
uma camisa do Pelé, de quando
ele era do Santos, autografada em
um dia em que ele jogou na Bombonera. Essa é uma prova de que
os argentinos respeitam muito o
brasileiro. Além dele, há homenagens aos jogadores Domingos da
Guia e Heleno de Freitas.
Claro, Maradona é a grande estrela do museu. Há um mural gigante dele, além de várias camisas. Na saída, o turista, já entusiasmado com o Boca, pode comprar
tudo o que quiser do clube, até
CDs com os gritos de guerra da La
Doce (sua torcida organizada).
(GUSTAVO CHACRA)
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