São Paulo, segunda-feira, 12 de novembro de 2001

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BALANÇO

Turismo nacional cresceu 30% e se mantém aquecido

Brasil e EUA investem para promover recuperação do setor

DA REDAÇÃO

Realizados nos dias 6 e 7, em São Paulo, o 16º Encontro Comercial da Braztoa e a visita de William S. Norman, presidente da Travel Industry Association of America (TIA), mostraram o setor de turismo investindo em recuperação.
O evento da Braztoa, entidade que reúne mais de 60 operadores brasileiros de turismo, foi visitado por 1.254 agentes de viagens e indicou que, no Brasil, o mercado interno deve se manter aquecido.
Já a visita do presidente da TIA, a gigantesca associação da indústria do turismo norte-americano, é sintomática de que, a despeito dos atentados terroristas, os EUA fazem força para retomar o fluxo de viajantes -e que continuarão a investir no mercado brasileiro.
O encontro da Braztoa reuniu 109 estandes (58 de operadoras e 51 de empresas patrocinadoras) e ocorreu no Centro de Eventos São Luís, em São Paulo.
Presidida por Ilya Hirsch (da operadora Qualitours), a associação expôs seus pontos em entrevista coletiva que teve participação do próprio Hirsch, de Magda Nassar (operadora Soft Travel), diretora técnica da Braztoa, e de Eduardo Vampré do Nascimento (Nascimento Turismo), fundador e membro do conselho consultivo da Braztoa. Os três afirmaram ser apressadas as conclusões de que as operadoras brasileiras aumentaram abusivamente o preço de seus pacotes de viagem no país.
"O dólar subiu 47% desde o ano passado", disse Nascimento, ao salientar que alguns resorts podem ter aumentado preços em até 20%, mas fizeram isso porque há insumos que encarecem quando há desvalorização do real.
Ilya Hirsch afirmou que "se estivessem muito caros, tais resorts não estariam lotados no fim de ano". Disse ainda que, em relação a 2000, a venda de viagens nacionais aumentou 30%. E salientou que, ao contrário de outros setores, "o de turismo tem grande capacidade de adaptação e já está lançando novos pacotes para o hemisfério Sul, o que não ocorre com o de autopeças, por exemplo, onde mudanças são mais lentas".
Para Magda Nassar, "as operadoras podem muitas vezes oferecer preços de passagens aéreas mais em conta do que as próprias companhias aéreas, cujas tarifas mínimas são controladas pelo Departamento de Aviação Civil (DAC), oferecendo ao mercado preços competitivos". O mesmo ocorre, disse ela, com outros serviços que compõem os pacotes, como as tarifas dos hotéis, dos traslados e dos passeios.

Turismo norte-americano
Ocorrido próximo da feira da Braztoa, no Renaissance São Paulo Hotel, no dia 6, o evento que discutiu o fomento ao turismo norte-americano também foi restrito a profissionais da área. "Vamos restaurar a confiança das pessoas, investir em segurança e preservar o turismo, que é símbolos da liberdade", disse William Norman, da TIA.
A organização congrega grupos hoteleiros, companhias aéreas, parques temáticos e atrações, além de organizar, anualmente, o Pow Wow, um dos maiores eventos mundiais do setor. Norman afirmou que a TIA trabalha com a hipótese de o turismo nos EUA exibir números semelhantes aos de antes dos atentados já no segundo semestre de 2002.
A TIA mantém escritórios em Tóquio, em Londres e em São Paulo. Colhe ainda números que colocam o Brasil como o quinto maior emissor de turistas para os EUA e estima que, até o final do ano, 655 mil brasileiros terão visitado o país (contra 737 mil em 2000). "O desafio é reinventar a maneira de promover o país, é investir no site (www.seeamerica.org), que tem versão em português", disse. "Voltaremos em abril de 2002 para a semana SeeAmerica e, a todo momento, contamos com o apoio do escritório da TIA em São Paulo." (SILVIO CIOFFI)


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