São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 2002

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GOL NO ORIENTE

Mês da Copa é o que mais chove no país, que merece ao menos 2 semanas de estada

Japão espera 443 mil fãs do futebol

Chiaki Karen Tada/Folha Imagem
Suvenir desejando segurança no trânsito é vendido em rua que conduz ao Senso-ji, um dos principais templos de Tóquio, na parte antiga da capital japonesa


CHIAKI KAREN TADA
ENVIADA ESPECIAL AO JAPÃO

Nada mais comum do que ver um jovem japonês dentro do vagão, concentrado, apertando as teclas do celular. De duas, uma: ou ele está entretido com algum jogo, ou está enviando e-mails. Porque pede-se para não falar ao celular nos trens, e esse pedido de silêncio é quase que seguido à risca -questão de educação.
Mas talvez o jovem esteja mandando fotos digitais para algum amigo. Até o final do ano, provavelmente será possível filmar com o celular e mandar o filminho para esse mesmo amigo, usando o mesmo aparelho. Tudo em silêncio, se ele ainda estiver no trem.
Do lado de fora, nas cidades grandes, as músicas que precedem os anúncios dos trens nos alto-falantes, néons e telões eliminam as chances de uma visão "silenciosa" dos japoneses em suas bicicletas ou com sapatos de grife.
Mas basta um passo para fora das áreas agitadas para cair em ruas calmas e se deparar com restaurantes tradicionais, lojinhas escuras de artigos para casa, santuários e até um charmoso café no melhor estilo ocidental.
O Japão é a paisagem, junto com a Coréia do Sul, desta Copa do Mundo. Em meio a temores quanto aos "hooligans", o arquipélago e 16.500 voluntários convocados para os jogos esperam 443 mil visitantes estrangeiros.
Talvez o Brasil não chegue a Yokohama, onde acontece a grande final, talvez o dinheiro não dê desta vez -são US$ 2.000 só pela passagem aérea.
Mas são 377.800 km2 de um arquipélago -uma área 23 vezes menor que o Brasil- com vulcões (a começar pelo monte Fuji), plantações de arroz, modernos prédios preparados para enfrentar terremotos e 126 milhões de habitantes que merecem um planejamento de viagem para, digamos, pelo menos duas semanas.
Um porém desta Copa é que junho, no transcorrer do qual ocorrerão os jogos, é o mês menos indicado para ir ao país, porque chove muito. As melhores épocas são a primavera e o outono, pelas temperaturas agradáveis e pelas cores das flores e das folhas. Visitar o Japão é um desafio memorável, independentemente do resultado dos jogos ou de sua viagem.
Tóquio (ou melhor, Narita, município a 60 km que abriga o aeroporto internacional) é a porta mais comum dos viajantes. Há outras, pelos aeroportos de Osaka e Nagoya. Então, escolha a entrada, diga "sumimasen" ("com licença" ou "desculpe") e entre, em silêncio -ou fazendo festa.

Chiaki Karen Tada voou a convite do Escritório Econômico e Cultural de Taipei

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