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GOL NO ORIENTE
Trens são a melhor forma de conhecer a capital, de 12 milhões de habitantes, que é introdução ao país
Tudo passa sobre e sob as ruas de Tóquio
DA ENVIADA ESPECIAL AO JAPÃO
Não haverá jogo em Tóquio,
mas a metrópole é a melhor introdução ao país, pois tudo -pessoas, tecnologia e arte- passa por ali há quatro séculos, desde
que a vila de Edo começou a despertar e crescer, no século 17, para
virar a Tóquio de hoje. Por ali passaram também o terremoto seguido de incêndio de 23, que arrasou a cidade, e os bombardeios
aéreos da Segunda Guerra, fatores
que lhe deram a sua atual cara.
Tóquio espalha-se por 2.168
km2 na costa leste de Honshu, a
principal ilha do arquipélago, e
abriga 12 milhões de habitantes.
São pessoas que trabalham no alto de arranha-céus ou em galerias
subterrâneas, que fazem passeios
românticos na baía de Tóquio e
compras em imensas lojas de departamento. E que não se importam (ou fingem não se importar)
em andar bêbadas pelas ruas,
confiando na discrição japonesa.
Uma vez em Tóquio, faça como
os toquiotas: pegue um trem. A cidade tem diversas linhas de superfície e de metrô. Prepare-se para andar muito, pois muitas saídas ficam a centenas de metros da
plataforma do trem. A linha circular Yamanote passa perto dos
principais pontos de interesse.
A estação de Shinjuku, por onde
circulam 2 milhões de pessoas,
lança o turista no meio da modernidade de Tóquio. O lado leste,
mais caótico, concentra bares, cafés e lojas de equipamento fotográfico, enquanto o lado oeste
abriga as imponentes torres do
governo metropolitano de Tóquio, de 48 andares. Do alto, em
dias claros, é possível enxergar até
o monte Fuji, a 100 km dali.
A juventude de Tóquio, cada
vez menor, pois o país tem uma
sociedade cada vez mais idosa, se
reúne perto dali, nos bairros de
Shibuya e Harajuku. O primeiro é
o epicentro da moda jovem do
país. Para ver as diferentes tribos e
os telões gigantes que exibem os
últimos lançamentos da música e
da moda, a saída Hachiko da estação de trem é a ideal. Hachiko era
o nome de um cachorro que, mesmo após a morte do dono, continuou a esperá-lo todos os dias na
estação, durante quase uma década. A estátua de Hachiko é o ponto de encontro da região.
Em Harajuku, a sofisticada avenida Omotesando tem cafés com
mesas na calçada -sobre as
quais os frequentadores abrem
seus laptops. Lojas famosas têm
se mudado para a via, onde mulheres cosmopolitas caminham
com ar que nem de longe lembra a
imagem da tradicional mulher
submissa, pelo menos na aparência. Paralela à Omotesando fica a
rua Takeshita-dori. É o calçadão
dos jovens de cabelos pintados e
saltos plataforma, cada um tentando se vestir de um jeito mais
diferente que o outro.
O lado tradicional da capital está presente em vários aspectos, alguns mais visíveis, outros nem
tanto. No antigo bairro de Asakusa, um grande portão vermelho
conduz ao templo Senso-ji, ou
Asakusa Kannon, um dos principais de Tóquio, erguido no século
7º e reconstruído na segunda metade do século 20. Uma rua de lojas de artesanato conduz ao pavilhão principal. Em frente a ele, a
fumaça do queimador de incenso
tem fama de curar doenças.
Em Ueno, o Museu Nacional de
Tóquio, com quatro pavilhões e
acervo de 89 mil peças, é a chance
de visitar um local rico em arte japonesa, além de têxteis e cerâmicas de outras partes do Oriente.
À noite, após ver a bela ponte
Rainbow Bridge iluminada na
baía de Tóquio, ou de manhã cedo, após dançar nos bares de Roppongi, ande, tranquilo, de volta à
estação e de lá para o hotel. Embora a taxa de criminalidade esteja
crescendo -e nunca é demais
manter-se alerta-, Tóquio é ainda uma metrópole segura, e os
policiais nem sequer andam armados.
(CHIAKI KAREN TADA)
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