NA TAILÂNDIA

Nem todo mundo sabe que a antiga Birmânia se chama Mianmar desde 1989, mas não faz mal. Quem visita o extremo norte da Tailândia, na fronteira com o país, sempre é lembrado disso. Seja em Chiang Rai, cidade de tríplice fronteira, que também faz divisa com o Laos, seja em Mae Sai, para onde ruma quem deseja sair do país.
Chiang Rai é considerada uma das portas de entrada para o Triângulo Dourado, a área que se enriqueceu com a produção e o comércio do ópio, hoje proibido na Tailândia por se tratar de uma drogas mais viciantes do mundo.
O museu do Ópio, na cidade, conta a história do entorpecente. Um dos painéis narra uma lenda da tribo Akha que explicaria sua origem. Segundo ela, a flor da papoula teria brotado no túmulo de uma jovem que morreu por castigo após fazer amor com os sete homens que a amavam -em vez de escolher só um deles.
Chama a atenção a extensa coleção de cachimbos para fumar o ópio, inclusive alguns que mais parecem flautas, e os pesos que serviam como escala para medir a massa do ópio e dos materiais usados como moedas de troca.
Perto do museu, um enorme Buda num espaço em formato de barco, a céu aberto, é um dos símbolos do Triângulo Dourado. Mianmar e Laos estão logo ali do outro lado do rio, mas pouco se vê desses países além de uma densa vegetação. Dá para ter uma amostra um pouco melhor das terras de Mianmar do alto do templo Phra That Doi Wao, em Mae Sai.
Lá embaixo estão a ponte sobre o rio Sai que liga os dois países, casarios e prédios brancos na cidade birmanesa (sim, o gentílico ainda vale) de Tachileik e até um conjunto de túmulos arredondados, que parecem brotar da vegetação. Trata-se de um cemitério da religião muçulmana.
Descendo do complexo em direção à cidade, o cenário de tranqüilidade muda completamente. Para quem acha que ainda não desembolsou bahts suficientes, eis mais uma oportunidade. Como toda cidade de fronteira, aqui se vende de tudo. Castanhas-portuguesas, óculos escuros, brinquedos, temperos, roupas...
(MV)


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