|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Solar do Unhão mescla ontem e hoje
em Salvador
O conjunto arquitetônico do
Solar do Unhão, do século 17,
compete com o acervo do Museu
de Arte Moderna existente no seu
interior. Quando vê o monumento do alto, a partir da calçada, o visitante se sente como que num
ponto indefinido da linha do tempo, que mistura o ontem e o hoje,
pois avista de um lado os casebres
da população local pendurados
no morro e, de outro, as edificações seculares quase desabando
sobre a baía de Todos os Santos.
Ajuda a manter essa atmosfera
dúbia o parque das Esculturas,
onde as obras modernas de Carybé e outros artistas baianos contrastam com as paredes antigas.
A volta quase definitiva ao passado ocorre quando o turista se
senta no restaurante do solar, que
conserva muito do aspecto da
senzala de escravos que abrigava
no passado, com chão e paredes
de rochas e as janelas de grade
preta. Mas a fantasia só dura até o
momento em que o comensal se
depara com os salgados preços
dos pratos no cardápio.
Ou quando o visitante aprecia
as obras da sexta edição do Salão
da Bahia, que fica em cartaz até o
dia 1º de março. Ao visitante leigo
em artes plásticas, a exposição
lembra as mostras de arte que
acontecem a cada dois anos na
Bienal do Ibirapuera, na cidade de
São Paulo, por ser constituída basicamente por instalações.
Trata-se de 30 trabalhos selecionados entre 1.994 inscritos, de artistas do Brasil inteiro e de outros
países. Uma das obras acolhe centenas de canudinhos dentro de
um retângulo de acrílico, explorando efeitos de transparência e
rugosidade. Outra relata a biografia de uma empregada doméstica
por meio de fotos, frases e bilhetes
colados num cartaz. E há a obra
"Duzentos e Vinte e Quatro Dominós", que, juntos, compõem
um desenho harmônico no chão.
(MV)
Museu de Arte Moderna da Bahia -
Av. Contorno, s/nº, Solar do Unhão, Comércio, tel. 0/xx/71/329-0660. Ingresso
gratuito.
Texto Anterior: Barcos de museu lembram infância Próximo Texto: Frio: Catarata vira cubo de gelo na China Índice
|