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RIO CULTURAL
Em exposição lúdica, visitante passeia por maquetes de teatros e de cenários de peças brasileiras de sucesso
Mostra desvenda mundo da cenografia
CHIAKI KAREN TADA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO
Quem gosta de teatro pode descobrir um pouco do que existe
além das cortinas de um palco na
mostra "Por Dentro da Cenografia", em cartaz na Galeria do Espaço BNDES do Rio de Janeiro até 8
de junho. Trata-se de um passeio
lúdico, que pode ser percorrido
em menos de uma hora.
A galeria fica no prédio do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no largo da Carioca, ao lado
do convento de Santo Antonio.
Já na entrada da mostra, o visitante é recepcionado por uma
"trupe de teatro" formada por bonecos e marionetes que o conduzem para o interior através de
uma boca de cena -como se ele
fosse adentrar um palco.
A primeira parte, mais didática,
usa maquetes e miniaturas para
contar a evolução do edifício teatral e a forma como as peças eram
representadas: na Baixa Idade
Média, por exemplo, as performances ocorriam nos adros das
igrejas e, na alta, pelas trupes de
saltimbancos, que dariam origem
à "commedia dell'arte".
Ao fundo dessa primeira parte,
foi colocado um modelo de caixa
cênica italiana, onde o visitante
pode "brincar" puxando as cordas que fecham e abrem as cortinas e observar a instalação das luzes e as varandas de manobras.
"A tradição do teatro brasileiro
é italiana, com o palco completamente separado da platéia", explica J.C. Serroni, cenógrafo e diretor
do Espaço Cenográfico de São
Paulo, entidade que organizou a
exposição.
O teatro italiano, que surgiu no
final do século 16 e início do século 17, foi trazido ao Brasil no início
do século 20. Os principais teatros
do país, como o Municipal, do
Rio, e o Amazonas, de Manaus,
seguem esse modelo.
Ateliê
Para essa exposição, Serroni elaborou também um ateliê de cenógrafo. É uma espécie de coxia,
com direito a tintas, pincéis, papéis e pedaços de madeira espalhados por toda parte, que recriam um pouco do ambiente de
trabalho de criação de cenários.
Existem ainda maquetes de cenários de peças brasileiras, como
"Gilgamesh", de Antunes Filho,
"Dias Felizes", de Samuel Beckett,
e "Ópera do Malandro", de Chico
Buarque, acompanhadas de fotografias e objetos que foram efetivamente utilizados no cenário e
nos figurinos. As paredes das alas
são pretas e nelas há indicações
escritas com giz, "à mão, para ficar menos formal e dar a idéia de
um processo em desenvolvimento", explica Serroni.
Parte da mostra "Fernanda EnCena", que homenageia os 50
anos de carreira da atriz Fernanda
Montenegro, também pode ser
vista. No final há um "espaço lúdico" onde o visitante pode abrir
portinhas e gavetas nas quais se
escondem mais materiais relacionados à cenografia.
Por Dentro da Cenografia - Galeria do
Espaço BNDES; av. Chile, 100, centro, Rio
de Janeiro; de segunda a sexta, das 9h às
19h; grátis.
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