São Paulo, segunda-feira, 14 de maio de 2001

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RIO CULTURAL

Em exposição lúdica, visitante passeia por maquetes de teatros e de cenários de peças brasileiras de sucesso

Mostra desvenda mundo da cenografia

CHIAKI KAREN TADA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO

Quem gosta de teatro pode descobrir um pouco do que existe além das cortinas de um palco na mostra "Por Dentro da Cenografia", em cartaz na Galeria do Espaço BNDES do Rio de Janeiro até 8 de junho. Trata-se de um passeio lúdico, que pode ser percorrido em menos de uma hora.
A galeria fica no prédio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no largo da Carioca, ao lado do convento de Santo Antonio.
Já na entrada da mostra, o visitante é recepcionado por uma "trupe de teatro" formada por bonecos e marionetes que o conduzem para o interior através de uma boca de cena -como se ele fosse adentrar um palco.
A primeira parte, mais didática, usa maquetes e miniaturas para contar a evolução do edifício teatral e a forma como as peças eram representadas: na Baixa Idade Média, por exemplo, as performances ocorriam nos adros das igrejas e, na alta, pelas trupes de saltimbancos, que dariam origem à "commedia dell'arte".
Ao fundo dessa primeira parte, foi colocado um modelo de caixa cênica italiana, onde o visitante pode "brincar" puxando as cordas que fecham e abrem as cortinas e observar a instalação das luzes e as varandas de manobras.
"A tradição do teatro brasileiro é italiana, com o palco completamente separado da platéia", explica J.C. Serroni, cenógrafo e diretor do Espaço Cenográfico de São Paulo, entidade que organizou a exposição.
O teatro italiano, que surgiu no final do século 16 e início do século 17, foi trazido ao Brasil no início do século 20. Os principais teatros do país, como o Municipal, do Rio, e o Amazonas, de Manaus, seguem esse modelo.

Ateliê
Para essa exposição, Serroni elaborou também um ateliê de cenógrafo. É uma espécie de coxia, com direito a tintas, pincéis, papéis e pedaços de madeira espalhados por toda parte, que recriam um pouco do ambiente de trabalho de criação de cenários.
Existem ainda maquetes de cenários de peças brasileiras, como "Gilgamesh", de Antunes Filho, "Dias Felizes", de Samuel Beckett, e "Ópera do Malandro", de Chico Buarque, acompanhadas de fotografias e objetos que foram efetivamente utilizados no cenário e nos figurinos. As paredes das alas são pretas e nelas há indicações escritas com giz, "à mão, para ficar menos formal e dar a idéia de um processo em desenvolvimento", explica Serroni.
Parte da mostra "Fernanda EnCena", que homenageia os 50 anos de carreira da atriz Fernanda Montenegro, também pode ser vista. No final há um "espaço lúdico" onde o visitante pode abrir portinhas e gavetas nas quais se escondem mais materiais relacionados à cenografia.

Por Dentro da Cenografia - Galeria do Espaço BNDES; av. Chile, 100, centro, Rio de Janeiro; de segunda a sexta, das 9h às 19h; grátis.



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