São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 2002

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Associação de vitivinícolas do vale do Colchagua cria rota de degustação com visita a centros de produção

Veja como vinhos são feitos e os prove

DA ENVIADA ESPECIAL AO CHILE

O caminho que vai de Santiago ao vale do Colchagua é cercado de plantações de macieiras floridas de branco, pessegais, ameixais, laranjais e, principalmente, vinhas.
Dos 50 mil hectares de área do vale, 21 mil hectares estão ocupados com a plantação de uvas para a produção de vinho. O solo do local, extremamente pedregoso, é propício para a plantação de uvas de qualidade, pois não retém água, o que colabora para a criação de uma videira estressada, que vai dar uvas concentradas, com pouca água.
A entrada do vale está a 122 km de Santiago, seguindo pela estrada 5 Sur. A primeira cidade é San Fernando, que fica a 12 km da entrada do vale. A melhor época para visitar o local é entre setembro e abril, quando não chove e a média de temperatura é de 25 C.
A Rota do Vinho foi elaborada por uma associação de 12 vitivinícolas (Bisquertt, Casa Lapostolle, Casa Silva, Cono Sur, Jacques & Francois Lurton, Laura Hartwig, Luis Felipe Edwards, Montes, MontGras, Siegel, Viu Manent e Selentia), que criaram a estrutura para receber os turistas pelo trajeto. No vale, ao todo, existem 27 vitivinícolas. Além do enfoque turístico, a associação também visa a melhorar cada vez mais os vinhos e aumentar a exportação.
O passeio pela Rota do Vinho é uma mistura de aulas e degustações, portanto, antes de ir, acostume-se com a idéia de que você poderá tomar cinco tipos de vinhos diferentes em uma visita.
Nas vinícolas, os enólogos explicam como é o processo de fabricação dos vinhos. Esqueça mulheres descalças pisando em barris cheios de uvas. Aqui, o cenário é de máquinas de aço inoxidável. A única etapa manual é a escolha das uvas.
Depois de aprender como são feitos os diferentes tipos de vinho, o visitante é convidado a degustar os produtos da casa.
Antes da degustação, há explicações: primeiro passo, incline o copo em 45 para apreciar a cor e ver se o vinho está brilhante; segundo passo, agite o copo em movimentos circulares e sinta o aroma que se espalha pelo ar que está no copo; terceiro passo, dê um gole. Ao tomar o vinho, faça bochechos, como se faz com refrescantes bucais, para que ele entre em contato com as mucosas da boca. Assim você poderá sentir se ele é muito alcoólico (se causar ardência e aquecimento da mucosa), se é ácido ou se tem muito tanino (se der a sensação de amarrar a língua, adstringente).
Na vinícola Casa Silva, o visitante conhece uma fábrica construída em 1937 e reformada recentemente. Na reforma, a arquitetura da casa foi mantida e os equipamentos modernos foram adaptados ao local. Assim, os tanques de concreto, que armazenavam o vinho durante a fermentação, foram revestidos de aço inoxidável.
Uma sala de almoço pode ser usada para servir uma refeição para até 20 pessoas. Com móveis antigos, em um mezanino sobre a sala de estocagem repleta de barris de carvalho, a vontade é de almoçar ali todos os dias do ano.
Com menos detalhes históricos, a Casa Lapostolle recebe os visitantes para a degustação em uma sala com uma parede de vidro com vista para o jardim.
Um casarão de estilo espanhol com um jardim no centro é a sede da Viu Manent. No jardim é preparada a parillada, servida no almoço em uma sala ao lado, que tem decoração temática: vasos cheios de galhos de parreira, barris no canto da sala e pintura de uma vinha na parede.
A vinícola Viu Manent recentemente foi premiada por seu vinho produzido com a uva malbec. Além das uvas merlot e cabernet sauvignon, o Chile produz vinhos com as uvas malbec e carmenére, apostas dos produtores locais.
Um passeio com seis horas de duração, incluindo a visita a três vinícolas, com degustação de vinhos, guia e transporte, custa US$ 35. Com almoço no hotel Santa Cruz Plaza, o passeio custa US$ 50. Grupos com dez pessoas ou mais, pelo mesmo preço, podem almoçar em alguma das vinícolas.
(HELOISA HELENA LUPINACCI)


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