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Suflê é estrela absoluta no A Polonesa
NO RIO DE JANEIRO
Qual seria a comida típica da
Polônia? A julgar pelo cardápio
do A Polonesa, trata-se de uma
mistura de receitas alemãs, como
o steak tartar (carne crua, com cebola, um ovo cru e outros condimentos, tudo misturado na frente
do cliente), receitas russas e até
húngaras, como o goulash, um
cozido temperado com páprica.
Mas, se você perguntar para um
carioca o que comer no A Polonesa, a impressão que fica é a de que
a população da Polônia inteira,
incluindo o santíssimo Papa, é do
tipo formiga. Explica-se. Quando
se diz "vou comer no A Polonesa", escuta-se: "Não deixe de comer o suflê de chocolate". Mas faça o pedido no mesmo momento
em que os pratos principais forem
servidos, porque ele demora para
ficar pronto. Existem dois tamanhos de suflê. Um que serve cinco
pessoas e um que serve de duas a
três. Ele vem em um pírex de vidro, todo estufado, com uma metade de casca de ovo pegando fogo em cima, no meio do doce.
A performance tem motivo: o
ovo faz o doce ficar quente, assim
ele não murcha no caminho entre
a cozinha e a mesa. O suflê, de fato, é uma delícia. Lembra um
pouco a massa de bolo de chocolate crua regulada pelas mães.
A receita tem 54 anos. Foi trazida para o Brasil, como todas as
outras receitas do restaurante, pelos pais de Paulo Pastusiak, que
trouxeram de lá outra tradição: o
serviço farto de vodkas. São dezenas de tipos da bebida que merecem atenção. Só não tente experimentá-las todas no mesmo dia.
E, de maneira alguma, subestime a comida do A Polonesa pelo
simples fato de a sobremesa ser a
grande atração. Os pratos são
bem servidos para duas pessoas e
cheio de sabores fortes e sofisticados, como o filé de peixe com
raiz-forte ou o estrogonofe, que
passa longe daquela comida cheia
de creme de leite que as crianças
amam. O prato tem um gosto de
páprica, de friozinho, sob medida
para uma noite chuvosa.
(HL)
A Polonesa - rua Hilário de Gouveia,
116, Copacabana; 0/xx/21/2547-7378.
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