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São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 2003

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Suflê é estrela absoluta no A Polonesa

NO RIO DE JANEIRO

Qual seria a comida típica da Polônia? A julgar pelo cardápio do A Polonesa, trata-se de uma mistura de receitas alemãs, como o steak tartar (carne crua, com cebola, um ovo cru e outros condimentos, tudo misturado na frente do cliente), receitas russas e até húngaras, como o goulash, um cozido temperado com páprica.
Mas, se você perguntar para um carioca o que comer no A Polonesa, a impressão que fica é a de que a população da Polônia inteira, incluindo o santíssimo Papa, é do tipo formiga. Explica-se. Quando se diz "vou comer no A Polonesa", escuta-se: "Não deixe de comer o suflê de chocolate". Mas faça o pedido no mesmo momento em que os pratos principais forem servidos, porque ele demora para ficar pronto. Existem dois tamanhos de suflê. Um que serve cinco pessoas e um que serve de duas a três. Ele vem em um pírex de vidro, todo estufado, com uma metade de casca de ovo pegando fogo em cima, no meio do doce.
A performance tem motivo: o ovo faz o doce ficar quente, assim ele não murcha no caminho entre a cozinha e a mesa. O suflê, de fato, é uma delícia. Lembra um pouco a massa de bolo de chocolate crua regulada pelas mães.
A receita tem 54 anos. Foi trazida para o Brasil, como todas as outras receitas do restaurante, pelos pais de Paulo Pastusiak, que trouxeram de lá outra tradição: o serviço farto de vodkas. São dezenas de tipos da bebida que merecem atenção. Só não tente experimentá-las todas no mesmo dia.
E, de maneira alguma, subestime a comida do A Polonesa pelo simples fato de a sobremesa ser a grande atração. Os pratos são bem servidos para duas pessoas e cheio de sabores fortes e sofisticados, como o filé de peixe com raiz-forte ou o estrogonofe, que passa longe daquela comida cheia de creme de leite que as crianças amam. O prato tem um gosto de páprica, de friozinho, sob medida para uma noite chuvosa. (HL)

A Polonesa - rua Hilário de Gouveia, 116, Copacabana; 0/xx/21/2547-7378.



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