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NOVA INGLATERRA
O recém-inaugurado Serenade of the Seas, que fará cruzeiros pelos EUA, comporta 2.500 passageiros
Transatlântico é minicidade flutuante
DO ENVIADO ESPECIAL A BOSTON
Nem tanto ao mar nem tanto à
terra. Fazer um cruzeiro pode significar, além de atracar em novos
portos, aproveitar todas as facetas
de um transatlântico -um verdadeiro complexo de entretenimento flutuante.
O Serenade of the Seas, recém-construído em um estaleiro alemão, sob encomenda da empresa
Royal Caribbean Cruises, é um
desses minimundos que deslizam
sobre as águas.
Com cerca de 850 tripulantes,
que servirão até 2.500 passageiros, o Serenade fará inicialmente
cruzeiros pela costa nordeste dos
EUA e pelo Canadá, saindo de
Nova York. Em novembro, a previsão é de que o navio faça cruzeiros pelo Caribe, tendo Porto Rico
como ponto de partida.
Os 13 "andares" (na verdade,
deques) do navio apresentam números equivalentes aos de grandes arranha-céus. Segundo estimativa da Royal Caribbean, serão
consumidos no Serenade, semanalmente, cerca de duas toneladas
de arroz, 11,5 toneladas de frango,
12.500 latas de cerveja e 3.000 litros de sorvete, entre outros tipos
de alimento.
Tamanho volume tem sua explicação, já que a estada no navio
é um constante convite à comilança. As refeições podem ser feitas a qualquer hora do dia ou da
noite: um dos cinco restaurantes
ou um dos dez bares estará aberto. O maior dilema do passageiro
será, portanto, apenas a escolha
de onde e o que comer -entre as
opções, comida italiana, churrasco ou hambúrgueres.
Isso sem mencionar o tradicional jantar com o capitão do barco,
realizado no restaurante principal
do Serenade -um salão de dois
andares. De ambiente e cardápio
mais refinados, esse restaurante
funciona só para o jantar, em dois
turnos (às 18h e às 21h).
Badalação
Durante a noite, basta decidir
entre shows, jogos ou dança (ou
experimentar todos eles). Para
ajudar na escolha, ao se instalar
em sua cabine, o passageiro encontrará um folheto chamado
Compass (bússola, em inglês),
com todas as atividades do navio.
Pelos deques, espalham-se uma
pequena discoteca, a Vortex, com
decoração estilo anos 70, e um bar
com karaokê e duas mesas de bilhar de última geração -elas têm
um mecanismo hidráulico que
"antecipa" o movimento do navio
e as deixa sempre niveladas na
horizontal.
O cassino mantém suas roletas,
máquinas de caça-níqueis e mesas de baralho funcionando até o
final da madrugada. Há ainda a
bordo um cinema, em forma de
estádio, com 40 lugares, e um teatro, que apresenta shows no estilo
de teatro-revista.
Para suar a camisa
Durante o dia, preencher a
agenda a bordo não é tarefa difícil,
seja para aqueles que querem descansar ou para os amantes das atividades físicas, que também não
terão do que reclamar.
Pode-se ficar o dia todo ao lado
das duas piscinas (uma coberta e
uma ao ar livre), ou gastar as calorias adquiridas no jantar em uma
quadra esportiva e em uma bem
equipada academia de ginástica
-inclusive com uma pista para
corrida e professores à disposição
dos hóspedes.
Os que quiserem um esporte
mais calmo podem jogar minigolfe ou golfe eletrônico: em uma pequena sala, em frente a uma tela
de lona em que está projetado um
campo de golfe, dá-se uma tacada
na bola, e, ao encostar na tela, ela
projeta uma trajetória virtual
dentro do cenário.
Já quem está disposto a tentar
algo mais radical pode se aventurar na parede de escalada situada
na popa do navio. Há, claro, instrutores a bordo para orientar os
passageiros que quiserem subir
pelas paredes.
Shopping
Para a famosa lembrancinha da
viagem, o Serenade of the Seas
tem, em um dos seus deques, uma
minigaleria de lojas, muito parecida com um free shop. Nela é
possível comprar camisetas, agasalhos e suvenires com a marca do
navio, ou peças mais sofisticadas,
como relógios e jóias ou uísques e
vinhos. Uma camiseta pode ser
adquirida por US$ 27; já um casaco de moletom custa US$ 70. Se o
filme da máquina acabar, há também lojas que ofertam suprimento fotográfico.
E, se ao abrir a carteira, o passageiro se lembrar que tem alguma
conta para pagar, não há razão
para se preocupar. O problema
pode ser resolvido em um dos vários terminais de computador conectados à internet que estão instalados a bordo. Ainda que, durante a estada, o que o passageiro
talvez mais queira seja manter
distância de tudo o que lembre a
terra.
(FÁBIO CHIOSSI)
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