CHIAKI KAREN TADA
da Redação

Foi sob a luz intensa da Provença que o holandês Vincent van Gogh consolidou o estilo que o consagraria. O pintor chegou a Arles em fevereiro de 1888 e lá usou amarelos, azuis e verdes vivos, em pinceladas que mostravam toda a sua excitação. Certa vez, escreveu ao irmão Theo: "As emoções são às vezes tão fortes, que trabalho sem ter consciência de estar trabalhando".
Van Gogh sonhava formar uma cooperativa de artistas e convenceu o francês Paul Gauguin a juntar-se a ele no final de 1888. Viveram na casa amarela, cujo quarto Van Gogh pintou.
Os dois artistas fizeram vários retratos de Marie Julien Ginoux, proprietária do café onde Van Gogh alugara um quarto antes de mudar-se para a casa amarela. "Enfim tenho uma arlesiana, uma figura esboçada em uma hora, fundo amarelo-limão, rosto cinza, roupas pretas, com azul-da-prússia perfeitamente puro", escreveu para o irmão.
Quando já vivia no hospício de Saint-Rémy, pintou, a partir de um desenho de Gauguin, uma arlesiana que hoje pertence ao Museu de Arte de São Paulo.
O sonho de uma colônia de artistas durou apenas algumas semanas. Durante uma briga, Van Gogh ameaçou o amigo com uma navalha. Arrependido, cortou o lóbulo de sua orelha.
Gauguin foi para o Taiti, onde viveu entre 1891 e 1893 e retratou os nativos. Assim como Van Gogh, buscava uma nova mensagem na arte. Mudou-se em definitivo para a ilha em 1895. Van Gogh, por sua vez, continuou a levar uma vida solitária.


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