da Redação

"Eu sempre sinto que sou um viajante, indo a algum lugar, para algum destino", escreveu Van Gogh em Arles em 1888. Nascido na Holanda em 1853, Vincent foi negociador de arte em Hague, professor em Londres e missionário na Bélgica. Decidiu ser pintor em 1880, impressionado pela arte de Jean-François Millet e sua mensagem social.
Em 1886, foi a Paris, onde seu irmão Theo trabalhava, e tomou conhecimento dos tons suaves dos impressionistas e das cores vibrantes das gravuras japonesas, que influenciariam seu estilo.
Viajou a Arles em 1888, financiado por Theo. Lá descobriu a beleza das cercas vivas, dos trigais e das formas escuras dos ciprestes, esguios e pontiagudos como labaredas. Não estava muito interessado na representação exata da natureza, mas a distorcia de acordo com o que sentia e queria expressar.
Durante os 15 meses em que viveu em Arles, pintou mais de 300 quadros, alguns deles sobre os mesmos temas, como girassóis, arlesianas e campos.
Temendo a própria loucura, Van Gogh internou-se no hospital psiquiátrico de Saint-Rémy em 1889, onde pintava e desenhava nos momentos de lucidez. Continuou escrevendo e mandando seus quadros para Theo.
Foi viver depois em Auvers-sur-Oise, onde conheceu o médico Paul Gachet. Embora começasse a atrair a atenção de alguns críticos, estava desiludido. "Sinto-me um fracasso. Sinto que esse é o destino e eu o aceito. Ele nunca mudará", escreveu.
Em 27 de julho de 1890, atirou em si mesmo e morreu dois dias depois. Pouco tempo depois, seu irmão também morreu. A mulher de Theo, Johanna Van Gogh-Bonger, foi quem continuou lutando pelo reconhecimento do talento do pintor. Em 1914, publicou as cartas dos irmãos, onde Vincent descreveu seu dia-a-dia, suas obras, suas idéias e sua loucura. (CHIAKI KAREN TADA)



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