DA REPORTAGEM LOCAL

Tráfico de comida na madrugada, alimentação com flores no desespero, utilização de bichinhos de pelúcia como esconderijo de balas e chicletes. A comerciante Paola Mantegazza já utilizou todos esses subterfúgios para driblar a fome no Spa Med Campus, em Sorocaba, considerado um dos mais rígidos do Brasil.
Paola frequenta o spa duas vezes por ano, nas férias de julho e de janeiro, e passa 30 dias em cada estada. Ao voltar para casa, sempre engorda de novo e por isso já faz o pagamento das suas hospedagens ao longo do ano. "Com cinco filhos, é impossível fazer regime", comenta ela, que tem 1,65 e, atualmente, 74 kg.
Ela conta já ter pago R$ 50 para um taxista lhe comprar um hambúrguer no meio da madrugada, mais o preço do sanduíche. "Como um senhor chorava de desespero para comer carne, acabei lhe passando o hambúrguer. Mas logo ele foi internado com intoxicação alimentar, e eu fiquei com peso na consciência."
Paola também se lembra da margarida que comeu "de sobremesa" num jantar. "Sabe que suas pétalas têm o gosto adocicado?"
Frequentadora do spa há 12 anos, a comerciante ainda testemunhou a história mitológica do ricaço que, ao sair do spa, jogou de um helicóptero milhares de bombons Sonho de Valsa no terreno do estabelecimento. "Me atirei na piscina para pegar o meu."
Nas últimas férias, Paola levou as filhas de 13 anos e seis anos ao Spa Med Campus. A primeira emagreceu 12 kg e vai voltar com a mãe em janeiro. "Ela está animadíssima para paquerar os gordinhos da idade dela." Já a mais nova "achou o local um sofrimento de outro planeta".
Apesar de passar por momentos de sofrimento e ficar até deprimida nos primeiros dias de cada estada, Paola conta que se diverte, faz muitos amigos e ri das situações limites. "Tem dia em que só se fala sobre coxinha."
E não troca o rígido spa por nenhum outro. "Eles [do Spa Med Campus] são muito sérios. Com o tempo, percebo que estou mais ágil, mais disposta, e o meu corpo, mais leve." (MV)


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