São Paulo, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004

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FOLIA PERNAMBUCANA

Rainha da festa, cidade concentra cerca de 3 milhões de foliões nas ladeiras do sítio histórico

Olinda fantasia de crianças a gente grande

DA ENVIADA ESPECIAL A PERNAMBUCO

A cidade de Olinda pode ser apontada como o principal foco concentrador de foliões em Pernambuco. Apesar da divulgação contínua das alternativas de folia no interior do Estado, é nela que se apinham todos os anos cerca de 3 milhões de pessoas durante os quatro dias de Carnaval.
O tema oficial da festa de 2004 é "Carnavália Olindense: 350 anos da Restauração Pernambucana", numa alusão à expulsão dos invasores holandeses em 1654. Menina-dos-olhos dos portugueses, a vila de Olinda teve a maior parte do seu casario incendiado pelos batavos durante sua permanência em território pernambucano.
Quatro Cantos, Ribeira, Misericórdia, Amparo ou Bonsucesso. Muitos são os nomes de ruas, largos e ladeiras lotados por brincantes de todas as idades. O uso de fantasias é uma característica que atravessa os anos. Humor e irreverência são outras marcas fortes do Carnaval olindense.
Desfilam no sítio histórico mais de 340 grupos, numa miscelânea de ritmos como frevo, coco, maracatu e afoxé. Pela manhã, os foliões mirins participam da festança no desfile dos blocos infantis, como o Ceroulinha.
Na folia de gente grande o destaque vai para blocos alternativos, que arrastam milhares de foliões sem disputar espaço nem horários com agremiações clássicas -como Elefante e Vassourinhas.
O Grêmio Lítero Recreativo Cultural Misto Carnavalesco Eu Acho é Pouco, fundado em 1978, é imperdível. A concentração acontece às 17h do sábado e da terça-feira, em frente ao Mosteiro de São Bento -que teve seu altar barroco exposto no Guggenheim de Nova York. Vermelho e amarelo são as cores do bloco, que percorre as ruas levando um dragão gigantesco de tecido. Brincar sob o dragão é uma diversão à parte.
Apesar de comercializar camisas, seus fundadores asseguram que não é preciso comprá-las. "Aqui, quem quiser ajudar ajuda; quem quiser entrar entra. A maior característica do Eu Acho é Pouco sempre foi a bagunça", comenta Ivaldervan Calheiros, 60, um dos fundadores do bloco. O equivalente mirim da agremiação, o Eu Acho é Pouquinho, desfila às 9h da segunda-feira, com direito inclusive a um "dragãozinho". (TD)



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