|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FOLIA PERNAMBUCANA
Rainha da festa, cidade concentra cerca de 3 milhões de foliões nas ladeiras do sítio histórico
Olinda fantasia de crianças a gente grande
DA ENVIADA ESPECIAL A PERNAMBUCO
A cidade de Olinda pode ser
apontada como o principal foco
concentrador de foliões em Pernambuco. Apesar da divulgação
contínua das alternativas de folia
no interior do Estado, é nela que
se apinham todos os anos cerca
de 3 milhões de pessoas durante
os quatro dias de Carnaval.
O tema oficial da festa de 2004 é
"Carnavália Olindense: 350 anos
da Restauração Pernambucana",
numa alusão à expulsão dos invasores holandeses em 1654. Menina-dos-olhos dos portugueses, a
vila de Olinda teve a maior parte
do seu casario incendiado pelos
batavos durante sua permanência em território pernambucano.
Quatro Cantos, Ribeira, Misericórdia, Amparo ou Bonsucesso.
Muitos são os nomes de ruas, largos e ladeiras lotados por brincantes de todas as idades. O uso de
fantasias é uma característica que
atravessa os anos. Humor e irreverência são outras marcas fortes do
Carnaval olindense.
Desfilam no sítio histórico mais
de 340 grupos, numa miscelânea
de ritmos como frevo, coco, maracatu e afoxé. Pela manhã, os foliões mirins participam da festança no desfile dos blocos infantis,
como o Ceroulinha.
Na folia de gente grande o destaque vai para blocos alternativos,
que arrastam milhares de foliões
sem disputar espaço nem horários com agremiações clássicas
-como Elefante e Vassourinhas.
O Grêmio Lítero Recreativo
Cultural Misto Carnavalesco Eu
Acho é Pouco, fundado em 1978, é
imperdível. A concentração acontece às 17h do sábado e da terça-feira, em frente ao Mosteiro de
São Bento -que teve seu altar
barroco exposto no Guggenheim
de Nova York. Vermelho e amarelo são as cores do bloco, que percorre as ruas levando um dragão
gigantesco de tecido. Brincar sob
o dragão é uma diversão à parte.
Apesar de comercializar camisas, seus fundadores asseguram
que não é preciso comprá-las.
"Aqui, quem quiser ajudar ajuda;
quem quiser entrar entra. A maior
característica do Eu Acho é Pouco
sempre foi a bagunça", comenta
Ivaldervan Calheiros, 60, um dos
fundadores do bloco. O equivalente mirim da agremiação, o Eu
Acho é Pouquinho, desfila às 9h
da segunda-feira, com direito inclusive a um "dragãozinho".
(TD)
Texto Anterior: História dribla Quarta-Feira de Cinzas Próximo Texto: Visitante é bem-vindo em casa de artista Índice
|