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ALEGRIA NO MAR
Navio chega ao Rio no Carnaval levando a bordo 684 passageiros, que visitarão cidades "gay-friendly"
Cruzeiro GLS toma águas sul-americanas
MARGARETE MAGALHÃES
DA REDAÇÃO
Zarpará amanhã de Buenos Aires o primeiro cruzeiro exclusivamente gay a singrar mares sul-americanos. A embarcação Oceania Insignia tomará as águas portenhas com destino ao Rio de Janeiro, onde ficará por três dias
-auge do Carnaval-, de 26 de
fevereiro a 1º de março.
A idéia é capitaneada pela
Atlantis Events, a maior empresa
norte-americana direcionada ao
público GLS. Organizadora de
cruzeiros por Caribe, Mediterrâneo, EUA e Canadá e de viagens
específicas a resorts, a Atlantis estima levar 16 mil clientes para viajar em 2006, ano em que completa
15 anos de atividade.
A maioria das cidades em que o
navio irá aportar tem atmosfera
considerada "gay-friendly" (amigável para os gays). Listam-se
Buenos Aires, Montevidéu, Punta
del Este (Uruguai), Porto Belo,
Santos, Paraty e, finalmente, o
Rio, para a apoteose. "A gente sabe que esses lugares são bons",
disse à Folha em português o porta-voz da Atlantis, o norte-americano Stephan Roth, que já esteve
no Brasil uma dezena de vezes.
O navio chega ao Rio em pleno
domingo de Carnaval e só deixa o
porto na Quarta-Feira de Cinzas.
"Basicamente [o Insignia] será
o nosso hotel flutuante no Rio. As
pessoas podem sair para a cidade
e aproveitar; o hotel é o navio."
Atracar durante três dias no Rio
de Janeiro durante o Carnaval não
é nada "usual" nas viagens de cruzeiro. As embarcações normalmente ficam no porto por uma
noite, mas o período longo na cidade foi algo especial acordado
entre a Atlantis e a companhia de
cruzeiro. E a decisão ajudou a lotar o navio tão rápido. "Esse cruzeiro foi vendido em tempo recorde", completa Roth.
Os preços começavam em US$
2.499 e chegavam a US$ 6.599. O
pacote começou a ser comercializado em março de 2005 e, em junho, sete meses antes de zarpar,
todas as cabines, para 684 passageiros, estavam completas. Bom
sinal para quem não sabia da existência desse tipo de viagem, pois
mais um cruzeiro gay deve acontecer por aqui em 2007.
Antes de embarcar em terras
sul-americanas, a Atlantis fez
uma pesquisa com seus clientes
para saber o que eles queriam, e o
fato de, segundo Roth, os viajantes gays serem mais aventurosos
ajudou a decisão de fazer um cruzeiro pela América do Sul.
Os clientes da Atlantis vêm de
47 países, embora a maioria seja
formada por norte-americanos e
canadenses. São pessoas de idades variadas, com média entre 30
e 40 anos, 50% viajam sós e 50%
acompanhados; cerca de 90% são
homens, uns mais e outros menos
musculosos. O número de mulheres é bem menor -entre 5% e
10%-, e mesmo os heterossexuais são bem-vindos (normalmente acompanhando algum
amigo ou irmãos).
A tripulação da embarcação é a
mesma que trabalha para atender
clientes em cruzeiros regulares. A
diferença do cruzeiro com a "bandeira" Atlantis é que os atrativos
são customizados e a empresa
traz a "equipe Atlantis" a bordo
-pessoas para interagir com os
passageiros e para criar uma programação que agrada ao público
gay. "Temos festas com DJs conhecidos na comunidade gay",
disse Roth, na Califórnia, antes de
embarcar para Buenos Aires na
segunda-feira.
Atlantis - www.atlantisevents.com
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