São Paulo, segunda, 16 de novembro de 1998

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SAFÁRI NA ÁFRICA
Zebras, leões e leopardos colorem o cenário
Vida animal fervilha no árido Serengueti

na África

Ao se aproximar das planícies do Parque Nacional do Serengueti, na Tanzânia, o viajante tem a sensação de chegar ao verdadeiro coração da África selvagem, onde sobrevive, intacto e isolado, um dos habitats mais radicais do planeta.
A viagem desde a reserva de Ngorongoro passa por uma região de montanhas e vales férteis, lagos e vulcões extintos, o principal reduto dos masais na Tanzânia.
De repente, a paisagem verde e ondulada é substituída por uma vasta planície onde grupos numerosos de gazelas, impalas e outros antílopes pastam no capim amarelo e seco.
Na entrada do parque, há um posto fronteiriço situado aos pés de um "kopje" (grandes blocos de pedra que surgem do nada, cobertos de cactos e outras plantas de clima árido, onde os predadores se escondem para descansar entre uma e outra caçada).
Do alto do "kopje", vê-se o Serengueti dourado num raio de 360 graus. Parece um inóspito deserto, mas fervilha de vida. Do meio das pedras, um lagarto fosforescente, em tons de azul e vermelho, olha fixamente para o recém-chegado.
O parque tem animais selvagens em diversidade e quantidade impressionantes.
Apenas nos primeiros 30 minutos após a entrada na reserva, encontramos um leopardo, três guepardos e duas leoas, sempre a uma distância de no máximo 20 metros.
Devido à sua extensão e à quantidade de presas à disposição, o Serengueti permite a sobrevivência de grandes grupos de carnívoros predadores.
As famílias de leões, por exemplo, costumam ter bem mais de 20 membros, coisa rara em outras regiões da África.
Já os leopardos são solitários, tímidos e noturnos. Por isso são vistos raramente. O mais provável é encontrar um deles esparramado sob o galho de uma árvore de copa bem sombreada.
O parque nacional é muito conhecido pela migração de zebras e gnus, que se deslocam aos milhares de uma área para outra do Serengueti, dependendo da disponibilidade de água e de pastagem.
Durante o auge da seca (a partir de agosto/setembro), os herbívoros cruzam a fronteira com o Quênia e se refugiam na vizinha reserva de Masai Mara, mais úmida durante a seca.
O Serengueti é também um local privilegiado para se admirar todos os outros grandes mamíferos africanos, com exceção do rinoceronte, extinto na região.
Grandes manadas de elefantes e búfalos e grupos de hipopótamos e de girafas são facilmente vistos no parque, que tem tudo para oferecer o safári mais grandioso do continente selvagem. (OTÁVIO DIAS)



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