São Paulo, segunda, 16 de novembro de 1998

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Universidade mapeia passado

da enviada especial

O mapeamento arqueológico realizado em Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália é organizado pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal da Bahia.
Em relação aos grupos indígenas, os materiais achados com mais frequência são fragmentos de vasilhames, machadinhas polidas, instrumentos de pedra lascada e acúmulos de conchas de moluscos usados na alimentação.
Entre as peças, uma das mais impressionantes é um tambetá, um enfeite que os índios usavam na parte inferior dos lábios. O ornamento, polido em quartzo verde e que deve medir cerca de dez centímetros, é muito parecido com um dos enfeites indígenas descritos por Pero Vaz em sua carta: "Trazia este velho o beiço tão furado que lhe caberia, pelo furado, um grande dedo polegar; e trazia metido no furado uma pedra verde, que fechava, por fora, aquele buraco".
O tambetá foi encontrado no sítio do Engenho de Itacimirim, que data do início do século 16.
"É um indício de que os índios também trabalharam como escravos nos engenhos. Nessa época, os negros ainda não haviam chegado à Capitania de Porto Seguro", diz a arqueóloga Leticia de Barros Mota.
Os restos arqueológicos das populações portuguesas do período colonial são basicamente ruínas de construções. (MiF)



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