São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 2002

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MEDITERRÂNEO

Ilha marcada por invasões de vários povos abandona o sol e o mar como apelos de marketing turístico

Malta usa história para recuperar turismo

DA REUTERS

A ilha de Malta vai mudar sua estratégia de marketing turístico e trocar o apelo de "sol e mar" por "cultura e história". Segundo a Autoridade de Turismo de Malta, já há muitos outros destinos mediterrâneos com sol e mar.
Entre os turistas brasileiros, Malta tem sido cada vez mais procurada por interessados em cursos de inglês no exterior, pois esta é a língua oficial do país, que só se tornou independente do Reino Unido em 1964, embora esteja localizado ao sul da Itália.
A chegada de turistas entre janeiro e julho deste ano caiu 8,1% em relação ao mesmo período de 2001. O declínio começou antes de 11 de setembro do ano passado, quando o país recebeu 1,2 milhão de turistas, um declínio de 2,2% em relação a 2000.
O turismo equivale a quase um quarto do PIB (Produto Interno Bruto) do país. O renascimento da construção civil e de setores eletrônicos fez com que a ilha registrasse um crescimento econômico de 2,2% no primeiro semestre deste ano, mas os hotéis continuam sofrendo. Comparado aos anos anteriores, foram contratados menos funcionários temporários para a alta estação.
Pela sua posição estratégica no Mediterrâneo, Malta foi ocupada por importantes civilizações ao longo da história, incluindo árabes, romanos, os chamados cavaleiros de Malta e tropas napoleônicas a caminho do Egito em 1798. Todos deixaram sua marca. A cidade murada de Medina, cujo nome lembra a presença árabe, é comparada a Jerusalém.
Os cavaleiros de Malta, que chegaram em 1530 e foram expulsos pela invasão turca em 1565, construíram a capital, Valletta, entre enormes bastiões que representavam a última moda em arquitetura militar. Eles contrataram os melhores construtores e artistas da época, incluindo o mestre do barroco italiano Caravaggio, para decorar igrejas e palácios.
O ministro de Turismo de Malta, Michael Refalo, disse que o desempenho da ilha tem sido melhor em relação a destinos similares e que acredita numa recuperação no último trimestre do ano.
Sua expectativa parece ser compartilhada por investidores. A rede InterContinental deve abrir um hotel no distrito de entretenimento Paceville e outras redes planejam uma expansão na ilha.
O otimismo é seguido de precaução. "A tragédia de Bali deve afetar outros destinos, incluindo Malta, e o medo de voar deve ressurgir", disse Refalo, referindo-se ao ataque à bomba que matou quase 200 pessoas na ilha indonésia em outubro. O turismo de Malta depende de viagens aéreas, embora a ilha receba cruzeiros.


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