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MEDITERRÂNEO
Ilha marcada por invasões de vários povos abandona o sol e o mar como apelos de marketing turístico
Malta usa história para recuperar turismo
DA REUTERS
A ilha de Malta vai mudar sua
estratégia de marketing turístico e
trocar o apelo de "sol e mar" por
"cultura e história". Segundo a
Autoridade de Turismo de Malta,
já há muitos outros destinos mediterrâneos com sol e mar.
Entre os turistas brasileiros,
Malta tem sido cada vez mais procurada por interessados em cursos de inglês no exterior, pois esta
é a língua oficial do país, que só se
tornou independente do Reino
Unido em 1964, embora esteja localizado ao sul da Itália.
A chegada de turistas entre janeiro e julho deste ano caiu 8,1%
em relação ao mesmo período de
2001. O declínio começou antes
de 11 de setembro do ano passado,
quando o país recebeu 1,2 milhão
de turistas, um declínio de 2,2%
em relação a 2000.
O turismo equivale a quase um
quarto do PIB (Produto Interno
Bruto) do país. O renascimento
da construção civil e de setores
eletrônicos fez com que a ilha registrasse um crescimento econômico de 2,2% no primeiro semestre deste ano, mas os hotéis continuam sofrendo. Comparado aos
anos anteriores, foram contratados menos funcionários temporários para a alta estação.
Pela sua posição estratégica no
Mediterrâneo, Malta foi ocupada
por importantes civilizações ao
longo da história, incluindo árabes, romanos, os chamados cavaleiros de Malta e tropas napoleônicas a caminho do Egito em 1798.
Todos deixaram sua marca. A cidade murada de Medina, cujo nome lembra a presença árabe, é
comparada a Jerusalém.
Os cavaleiros de Malta, que chegaram em 1530 e foram expulsos
pela invasão turca em 1565, construíram a capital, Valletta, entre
enormes bastiões que representavam a última moda em arquitetura militar. Eles contrataram os
melhores construtores e artistas
da época, incluindo o mestre do
barroco italiano Caravaggio, para
decorar igrejas e palácios.
O ministro de Turismo de Malta, Michael Refalo, disse que o desempenho da ilha tem sido melhor em relação a destinos similares e que acredita numa recuperação no último trimestre do ano.
Sua expectativa parece ser compartilhada por investidores. A rede InterContinental deve abrir
um hotel no distrito de entretenimento Paceville e outras redes
planejam uma expansão na ilha.
O otimismo é seguido de precaução. "A tragédia de Bali deve
afetar outros destinos, incluindo
Malta, e o medo de voar deve ressurgir", disse Refalo, referindo-se
ao ataque à bomba que matou
quase 200 pessoas na ilha indonésia em outubro. O turismo de
Malta depende de viagens aéreas,
embora a ilha receba cruzeiros.
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