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10 ANOS SEM GUERRA CIVIL
Metas são refazer a fachada marítima e desenvolver a região do centro da capital do Líbano
Reconstrução de Beirute começou em 94
especial para a Folha
Em 1994 foi fundada a empresa
Solidere (com ativos de US$ 650
milhões e 1.650 terrenos valendo
mais de US$ 1 bilhão). A partir de
então iniciou-se em Beirute o
maior programa de reconstrução
urbana dos últimos tempos.
As metas são refazer o coração
da capital do Líbano, desenvolver
e modernizar o potencial econômico do centro, tentar resolver os
graves problemas de funcionamento e de acesso que existiam
antes da guerra, mas conservando
a imagem histórica e seu caráter
mediterrâneo e oriental, e recompor a fachada marítima da cidade.
Recuperação do patrimônio
Apenas com capital privado, a
Solidere recuperou mais de 1 milhão de metros quadrados no centro histórico de Beirute.
Assim, por exemplo, conservou
um quarteirão na "Rue Foch",
com edifícios da década de 1920,
época do mandato francês, e o palácio do Grande Serralho, uma
construção turca do século 19, hoje palácio do governo. Até agora
675 prédios foram renovados.
Ao mesmo tempo, derrubou na
região da praça dos Mártires cerca
de 700 ruínas consideradas irrecuperáveis.
Com o entulho criou-se um
aterro de 600 mil m2 na região do
porto, cuja urbanização ficará para o próximo século.
Garagens subterrâneas
Em meados deste ano todas as
obras ainda em curso deverão estar concluídas, como a reconstrução de 265 edifícios históricos no
centro, para receber 40 mil habitantes permanentes e uns 100 mil
trabalhadores em trânsito.
As garagens subterrâneas sob o
novo bazar planejado já estão
prontas. As obras do bazar em si,
porém, ainda estão por começar.
Já estão concluídas as obras de
proteção contra as ondas no porto, com duas linhas de "caissons"
para absorver as ondas, que podem atingir até 10 metros de altura durante os temporais.
O Museu Nacional foi reconstruído, com sua fachada de colunas egípcias.
Foi reinaugurado em outubro
do ano passado, com a presença
do presidente do Líbano, general
Emile Lahoud.
O acervo foi salvo por medidas
drásticas, por exemplo, envolvendo os sarcófagos com mantas de
proteção de cimento armado.
Estima-se que mais de 90% do
seu acervo tenha sido salvo da
chuva de foguetes e de obuses.
(FRED MADERSBACHER)
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