São Paulo, Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2000


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10 ANOS SEM GUERRA CIVIL
Metas são refazer a fachada marítima e desenvolver a região do centro da capital do Líbano
Reconstrução de Beirute começou em 94

especial para a Folha

Em 1994 foi fundada a empresa Solidere (com ativos de US$ 650 milhões e 1.650 terrenos valendo mais de US$ 1 bilhão). A partir de então iniciou-se em Beirute o maior programa de reconstrução urbana dos últimos tempos.
As metas são refazer o coração da capital do Líbano, desenvolver e modernizar o potencial econômico do centro, tentar resolver os graves problemas de funcionamento e de acesso que existiam antes da guerra, mas conservando a imagem histórica e seu caráter mediterrâneo e oriental, e recompor a fachada marítima da cidade.

Recuperação do patrimônio
Apenas com capital privado, a Solidere recuperou mais de 1 milhão de metros quadrados no centro histórico de Beirute.
Assim, por exemplo, conservou um quarteirão na "Rue Foch", com edifícios da década de 1920, época do mandato francês, e o palácio do Grande Serralho, uma construção turca do século 19, hoje palácio do governo. Até agora 675 prédios foram renovados.
Ao mesmo tempo, derrubou na região da praça dos Mártires cerca de 700 ruínas consideradas irrecuperáveis.
Com o entulho criou-se um aterro de 600 mil m2 na região do porto, cuja urbanização ficará para o próximo século.

Garagens subterrâneas
Em meados deste ano todas as obras ainda em curso deverão estar concluídas, como a reconstrução de 265 edifícios históricos no centro, para receber 40 mil habitantes permanentes e uns 100 mil trabalhadores em trânsito.
As garagens subterrâneas sob o novo bazar planejado já estão prontas. As obras do bazar em si, porém, ainda estão por começar.
Já estão concluídas as obras de proteção contra as ondas no porto, com duas linhas de "caissons" para absorver as ondas, que podem atingir até 10 metros de altura durante os temporais.
O Museu Nacional foi reconstruído, com sua fachada de colunas egípcias.
Foi reinaugurado em outubro do ano passado, com a presença do presidente do Líbano, general Emile Lahoud.
O acervo foi salvo por medidas drásticas, por exemplo, envolvendo os sarcófagos com mantas de proteção de cimento armado.
Estima-se que mais de 90% do seu acervo tenha sido salvo da chuva de foguetes e de obuses.
(FRED MADERSBACHER)

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