São Paulo, Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2000


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Viagem pela costa é volta ao passado

especial para a Folha

Ao descer no aeroporto de Beirute, o visitante recebe o visto de turista -se não tiver algum carimbo de Israel no passaporte.
Após uma primeira volta pela capital do Líbano, é interessante perfazer logo os 37 quilômetros ao norte pela nova estrada costeira que leva até a cidadezinha de Jbeil.
Já no porto vigiado pelas ruínas da fortaleza dos cruzados, que data do século 12, a pessoa percebe que está pisando em terras de vetusta história.
É lugar de 6.000 anos de história: foi sítio da bíblica Gebal, fundada, segundo a lenda, pelo deus canaanita El, o Cronos dos gregos; no tempo do faraó Ramsés 2º (1290 a.C.), foi um poderoso centro religioso e comercial e, depois, Biblos, cidade fenícia de cujo porto era exportada a famosa madeira de cedro para a construção de templos, palácios e navios -até se esgotarem as florestas da região.

Escavações
Extensas escavações revelaram, em estratos arqueológicos superpostos, vestígios de edificações romanas, gregas, persas, fenícias, assírias e egípcias.
Mas o sítio foi ocupado há mais tempo ainda, como testemunham túmulos neolíticos e restos de sacrifícios humanos.
A primeira cidade desse local já era velha antes do surgimento das grandes civilizações do Oriente Médio.

Sarcófago
Na necrópole fenícia encontrou-se o famoso sarcófago monolítico do rei Ahiram (séc. 10 a.C.), que hoje está no Museu Nacional de Beirute, com a linha mais antiga de caracteres alfabéticos que já se traduziu.
Os escritos são precursores de todos os alfabetos do nosso horizonte cultural.
Passeando no sítio das escavações -que foram interrompidas no começo da guerra civil- observam-se restos muito devastados de templos fenícios, de um teatro, de templos e colunatas romanas, de habitações e construções de várias outras épocas e, sobretudo, as ruínas da cidadela dos cruzados, em cuja construção foram empregadas pedras aparelhadas de todas as épocas.
Biblos, localizada a cerca de 40 quilômetros de Beirute, foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. É uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo. Biblos já tinha população durante o período neolítico, 7.000 anos atrás. (FM)


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