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Viagem pela costa é volta ao passado
especial para a Folha
Ao descer no aeroporto de Beirute, o visitante recebe o visto de
turista -se não tiver algum carimbo de Israel no passaporte.
Após uma primeira volta pela
capital do Líbano, é interessante
perfazer logo os 37 quilômetros
ao norte pela nova estrada costeira que leva até a cidadezinha de
Jbeil.
Já no porto vigiado pelas ruínas
da fortaleza dos cruzados, que data do século 12, a pessoa percebe
que está pisando em terras de vetusta história.
É lugar de 6.000 anos de história: foi sítio da bíblica Gebal, fundada, segundo a lenda, pelo deus
canaanita El, o Cronos dos gregos;
no tempo do faraó Ramsés 2º
(1290 a.C.), foi um poderoso centro religioso e comercial e, depois,
Biblos, cidade fenícia de cujo porto era exportada a famosa madeira de cedro para a construção de
templos, palácios e navios -até
se esgotarem as florestas da região.
Escavações
Extensas escavações revelaram,
em estratos arqueológicos superpostos, vestígios de edificações
romanas, gregas, persas, fenícias,
assírias e egípcias.
Mas o sítio foi ocupado há mais
tempo ainda, como testemunham
túmulos neolíticos e restos de sacrifícios humanos.
A primeira cidade desse local já
era velha antes do surgimento das
grandes civilizações do Oriente
Médio.
Sarcófago
Na necrópole fenícia encontrou-se o famoso sarcófago monolítico do rei Ahiram (séc. 10
a.C.), que hoje está no Museu Nacional de Beirute, com a linha
mais antiga de caracteres alfabéticos que já se traduziu.
Os escritos são precursores de
todos os alfabetos do nosso horizonte cultural.
Passeando no sítio das escavações -que foram interrompidas
no começo da guerra civil- observam-se restos muito devastados de templos fenícios, de um
teatro, de templos e colunatas romanas, de habitações e construções de várias outras épocas e, sobretudo, as ruínas da cidadela dos
cruzados, em cuja construção foram empregadas pedras aparelhadas de todas as épocas.
Biblos, localizada a cerca de 40
quilômetros de Beirute, foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. É uma
das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo.
Biblos já tinha população durante
o período neolítico, 7.000 anos
atrás.
(FM)
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