São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

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2 X TEXAS

Turismo em Houston e Dallas associa-se à história do país; centro espacial e local de morte de Kennedy são atrações

Pólos texanos competem nas minúcias

LUÍS SOUZA
ENVIADO ESPECIAL AO TEXAS (EUA)

"Aqui não há nada!"
A princípio, pode assombrar o turista a mesma idéia que passou pela cabeça dos colonizadores espanhóis em 1519. É, aparentemente não há mesmo nada no Texas, Estado que só passou a fazer parte dos Estados Unidos em 1845, após ter se libertado do México. Mas, no meio da poeira das planícies desse rincão de terra que deve sua pujança econômica inicialmente ao gado, depois ao algodão e então ao petróleo, as aparências enganam.
Os colonizadores estavam errados. Havia os índios, que logo foram dizimados em nome da civilização, esta, por sua vez, trouxe grandes cidades, como Houston -quase 2 milhões de habitantes-, a quarta maior dos EUA, e Dallas -1,2 milhão-, a nona.
Os principais pólos urbanos texanos ostentam uma certa rivalidade, mas nenhum deles pode se gabar do título de capital estadual -essa honra é de Austin. A competição então se dá nos detalhes.
Dallas estampa em seu site (www.visitdallas.com) que é o destino turístico número um no Estado. Houston se gaba de ter o maior centro de informações turísticas no país.
O Texas é hoje um grande pedaço da "América profunda". Terra de igrejas e de caubóis, dois deles de nome George e sobrenome Bush, pai e filho, um dos ex e o atual presidente dos EUA. O Bush pai, inclusive, dá nome ao aeroporto de Houston. Outro que se tornou famoso foi Howard Hughes, o bilionário retratado no filme "O Aviador", indicado ao Oscar, que entrou em cartaz no Brasil na última sexta-feira.
A aviação, aliás, também movimenta a economia texana. Houston serve de "hub" (entroncamento aéreo) para a Continental Airlines, e Dallas para a American Airlines. Ou seja, os passageiros dessas companhias têm boa chance de em algum momento ter de parar por ali, no Texas, o maior Estado norte-americano.
Neste domínio longínquo do Tio Sam, lugar que já foi de foras-da-lei e onde ainda hoje os pontos de ônibus lembram o passageiro que é proibido entrar armado no veículo, ocorreram fatos que abalaram o mundo. Mais do que isso: mudaram-no. Os rastros estão lá, organizados em museus e tours, à disposição dos turistas.
A primeira palavra que o homem disse na Lua foi "Houston...". O final da frase era "...o Eagle (águia, símbolo dos EUA e nome do módulo lunar) pousou". Isso é contado no tour do Johnson Space Center, sem dúvida a principal atração de Houston, a cidade que se autodenominou "space city".
A chegada à Lua, em 1969, foi o cumprimento da missão passada por um presidente oito anos antes: John F. Kennedy, o homem que, aliás, deu o aval para que o centro espacial fosse construído em Houston. Kennedy, porém, não viveu para ver o feito. Foi assassinado em Dallas, em novembro de 1963. O assunto até hoje rende polêmica. Teorias da conspiração à parte, o local atrai curiosos visitantes de todas a partes do globo.
Além dessas duas jóias da coroa turística, as cidades, separadas por 402 km, têm bons museus, belos skylines e curiosidades mais bizarras, como o prédio em que funcionava a Enron (empresa energética responsável pelo maior escândalo contábil do mundo), em Houston. É, o Texas até que vale uma visitinha.


Luís Souza viajou a convite da Continental e do hotel Derek.


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