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2 X TEXAS
Turismo em Houston e Dallas associa-se à história do país; centro espacial e local de morte de Kennedy são atrações
Pólos texanos competem nas minúcias
LUÍS SOUZA
ENVIADO ESPECIAL AO TEXAS (EUA)
"Aqui não há nada!"
A princípio, pode assombrar o
turista a mesma idéia que passou
pela cabeça dos colonizadores espanhóis em 1519. É, aparentemente não há mesmo nada no Texas, Estado que só passou a fazer
parte dos Estados Unidos em
1845, após ter se libertado do México. Mas, no meio da poeira das
planícies desse rincão de terra que
deve sua pujança econômica inicialmente ao gado, depois ao algodão e então ao petróleo, as aparências enganam.
Os colonizadores estavam errados. Havia os índios, que logo foram dizimados em nome da civilização, esta, por sua vez, trouxe
grandes cidades, como Houston
-quase 2 milhões de habitantes-, a quarta maior dos EUA, e
Dallas -1,2 milhão-, a nona.
Os principais pólos urbanos texanos ostentam uma certa rivalidade, mas nenhum deles pode se
gabar do título de capital estadual
-essa honra é de Austin. A competição então se dá nos detalhes.
Dallas estampa em seu site
(www.visitdallas.com) que é o
destino turístico número um no
Estado. Houston se gaba de ter o
maior centro de informações turísticas no país.
O Texas é hoje um grande pedaço da "América profunda". Terra
de igrejas e de caubóis, dois deles
de nome George e sobrenome
Bush, pai e filho, um dos ex e o
atual presidente dos EUA. O Bush
pai, inclusive, dá nome ao aeroporto de Houston. Outro que se
tornou famoso foi Howard Hughes, o bilionário retratado no filme "O Aviador", indicado ao Oscar, que entrou em cartaz no Brasil na última sexta-feira.
A aviação, aliás, também movimenta a economia texana. Houston serve de "hub" (entroncamento aéreo) para a Continental
Airlines, e Dallas para a American
Airlines. Ou seja, os passageiros
dessas companhias têm boa chance de em algum momento ter de
parar por ali, no Texas, o maior
Estado norte-americano.
Neste domínio longínquo do
Tio Sam, lugar que já foi de foras-da-lei e onde ainda hoje os pontos
de ônibus lembram o passageiro
que é proibido entrar armado no
veículo, ocorreram fatos que abalaram o mundo. Mais do que isso:
mudaram-no. Os rastros estão lá,
organizados em museus e tours, à
disposição dos turistas.
A primeira palavra que o homem disse na Lua foi "Houston...". O final da frase era "...o Eagle (águia, símbolo dos EUA e nome do módulo lunar) pousou".
Isso é contado no tour do Johnson
Space Center, sem dúvida a principal atração de Houston, a cidade que se
autodenominou "space city".
A chegada à Lua, em 1969, foi o
cumprimento da missão passada
por um presidente oito anos antes: John F. Kennedy, o homem
que, aliás, deu o aval para que o
centro espacial fosse construído
em Houston. Kennedy, porém,
não viveu para ver o feito. Foi assassinado em Dallas, em novembro de 1963. O assunto até hoje
rende polêmica. Teorias da conspiração à parte, o local atrai curiosos visitantes de todas a partes do
globo.
Além dessas duas jóias da coroa
turística, as cidades, separadas
por 402 km, têm bons museus,
belos skylines e curiosidades mais
bizarras, como o prédio em que
funcionava a Enron (empresa
energética responsável pelo
maior escândalo contábil do
mundo), em Houston. É, o Texas
até que vale uma visitinha.
Luís Souza viajou a convite da Continental e do hotel Derek.
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