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2 X TEXAS
Passeio consiste em uma visita a lugares relacionados ao assassinato
Kennedy leva 2 milhões de turistas por ano a Dallas
DO ENVIADO ESPECIAL A DALLAS
Passa do meio-dia de uma sexta-feira ensolarada em Dallas, a
cidade que escancara em seu site
para turistas (www.visitdallas.com) o fato de ser o destino mais
visitado no Texas. Só não é dito o
principal motivo disso. Talvez
porque a cidade ainda se envergonhe do assassinato do presidente
John F. Kennedy, ocorrido aqui
mais de 40 anos atrás.
Os funcionários do centro de informações turísticas, contudo,
não se acanham em falar disso.
Afinal, 2 milhões de visitantes por
ano fazem o tour Kennedy. É um
passeio que consiste em uma visita aos principais lugares relacionados ao assassinato.
Basicamente, tudo se passou na
praça Dealey, em frente à qual o
centro de informações turísticas
está estrategicamente localizado.
Ali desembocam as ruas percorridas pelo cortejo presidencial e fica
o prédio de onde vieram os tiros,
que hoje abriga um museu. É o
ponto alto do tour Kennedy.
O passeio termina geralmente
no memorial dedicado ao presidente, a três quarteirões da praça.
Um complemento interessante é
o museu da Conspiração, também por ali.
Os interessados podem reservar
do Brasil um tour Kennedy com
guia no site www.jfktours.com.
Cidade do ódio
São 12h27. Neste mesmo horário, em outra sexta-feira, 22 de novembro de 1963, o sol também
brilhava, e a primeira-dama do
Estado, Nellie Connally, dizia ao
presidente John F. Kennedy que
ninguém poderia afirmar que ele
não era amado em Dallas.
Nellie, que estava na mesma limusine do presidente, parecia estar certa. Cerca de 200 mil pessoas
saudavam o cortejo presidencial
no centro da cidade. Só que três
minutos depois, Kennedy seria
assassinado, Dallas seria lembrada para sempre por isso, e a área
onde tudo ocorreu viraria local de
mórbida peregrinação turística.
Com o assassinato, o termo "cidade do ódio" foi popularizado
como uma forma de se referir a
Dallas. A expressão havia sido cunhada nos anos 1920 pela força do
"Ku Klux Klan" (grupo que perseguia e matava negros) e revivida
no começo dos anos 1960 pela força política da direita na cidade.
Segundo o "New York Times",
logo após o assassinato, o prefeito
de Dallas na época recebeu cartas
de reprovação do país inteiro. Algumas diziam que a cidade fedia
ou que o nome deveria ser mudado para Disgrace (desgraça). Seus
cidadãos chegaram a ser expulsos
de estabelecimentos no restante
do país quando ao acaso falavam
de onde vinham. A reação mais
branda costumava ser: "Ah!
Aquele lugar onde matam presidentes!" Isso os fez sentirem vergonha de morar em Dallas.
(LUÍS SOUZA)
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