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EUA
Obra do casal Christo e Jeanne-Claude no Central Park gera criação de pacotes temáticos e movimentação turística
Megainstalação aumentará número de visitantes em NY
DA ASSOCIATED PRESS
O hotel Mandarim Oriental vai
deixar binóculos em todos os
quartos com vista para o Central
Park para que os hóspedes possam admirar, de suas janelas, a
obra "Os Portões", do casal Christo e Jeanne-Claude. O mimo era
apenas concedido a hóspedes das
suítes. Mas, com a vinda de turistas apenas para ver a obra, que ficará até 27 de fevereiro "em cartaz" no parque da cidade norte-americana, foi estendido a todos.
O Plaza Athénée, que já vendeu
20 pacotes especiais para interessados em conhecer a instalação,
oferece um almoço que tem, no
cardápio, pratos temperados com
açafrão, cor das cortinas de náilon
que pendem das 7.500 traves espalhadas por 37 km dos caminhos
para pedestres.
Segundo Karen Goldberg, diretora de marketing do hotel Plaza
Athénée, a obra aumentou o interesse pela cidade nesse mês do
ano que costuma ter uma queda
de movimento turístico.
Também para agradar aos forasteiros que chegam à cidade
instigados pela instalação, o Metropolitan Museu of Art está
abrindo um jardim em um terraço, de onde se tem a melhor vista
da obra a partir do prédio.
Como não custa avisar, no site
dos artistas, http://christojeanne
claude.net, está escrito: "Essa
obra de arte é grátis para todos,
assim como todos os nossos projetos anteriores. Se alguém tentar
vender ingresso, não compre. Isso
seria uma fraude, porque bilhetes
não são necessários".
Segundo as autoridades locais, o
evento, que ao todo durará 16
dias, deve levar dezenas de milhares de turistas a Nova York para
ver a obra de arte gratuita.
De 90 mil a 200 mil
As estimativas variam de 90 mil
a 200 mil visitantes. O primeiro
cálculo, da empresa de desenvolvimento econômico da cidade, estima que serão 90 mil turistas, incluídos aí visitantes de um dia só e
aqueles que passarão apenas uma
noite na cidade. O número foi definido a partir do fluxo gerado por
outros eventos culturais recentes.
Já o NYC & Company, grupo de
marketing que promove Nova
York, prevê 200 mil turistas adicionais nesse mês -trazidos pelos "portões" e por outros acontecimentos da área cultural.
A taxa de câmbio atual do dólar
em relação ao euro, que nos últimos meses caiu, deve ajudar a aumentar a chegada de turistas.
"Esperamos centenas de milhares de visitantes internacionais
-que gastam bastante dinheiro- vindos para cá só para esses
16 dias", afirmou Michael Bloomberg, prefeito da cidade, na semana passada.
O gasto dos turistas -somado
ao investimento do projeto- poderá gerar US$ 2,4 milhões adicionais na arrecadação de impostos nova-iorquina. A conta considera o montante gasto por Christo e Jeanne-Claude, que bancaram o projeto, gastando mais de
US$ 20 milhões.
Agitação
Ao menos dois operadores de
turismo alemães -país onde a
dupla embrulhou o Reichstag
(Parlamento alemão) em tecido
por duas semanas em 1995, levando 5.000 pessoas a rumarem a
Berlim apenas para ver a intervenção- estão formando grupos
de turistas para ir a Nova York.
Um operador francês vendeu 20
pacotes de fim de semana para
clientes que querem ver "Os Portões" e o MoMA reaberto em 20/
11/2004 após reforma.
Bloomberg, cujo apoio a "Os
Portões" permitiu que o projeto
se tornasse realidade mais de duas
décadas depois que o casal fez a
primeira proposta para a Prefeitura de Nova York, afirmou que a
intervenção renderá propaganda
gratuita da cidade no mundo. Segundo Britta Grigull, porta-voz
do escritório de turismo de Berlim, "o Reichstag embrulhado foi
uma graça divina para a cidade".
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