São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2000


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Brincadeira é possível graças à água que desce da cordilheira e garante temperatura alta na piscina
"Milanesa" mistura o frio com o quente

DO ENVIADO ESPECIAL AO CHILE

Uma das mais radicais atrações do complexo turístico Termas de Chillán mistura temperaturas congelantes, pulos na neve de roupa de banho e mergulhos nas águas vulcânicas da piscina térmica do Gran Hotel.
Irreverentes, os brasileiros que costumam se hospedar no complexo batizaram a atração de "milanesa da Finlândia".
Isso porque o banhista rola o corpo sobre a neve fofa antes de saltar na piscina, como um bife à milanesa que é passado na farinha de rosca nos momentos que antecedem a fritura.
O acréscimo "da Finlândia" decorre da lenda disseminada no complexo de que naquele país escandinavo até as crianças praticam algo semelhante ao "milanesa" no inverno. Com uma diferença: lá no país escandinavo, as pessoas mergulham em água fria, semicongelada.
O "milanesa da Finlândia" virou uma grande brincadeira em Termas de Chillán. Para praticar o "esporte", é necessário ter uma certa coragem.
Primeiro o banhista deve ir ao térreo do Gran Hotel para ter acesso à piscina térmica.
O traje obrigatório para entrar no saguão da piscina é o roupão felpudo que há em todos os quartos. Por baixo do roupão, sunga, biquíni ou maiô. Nos pés, o hóspede deve estar de chinelos.
A piscina é uma atração à parte. Na parte coberta, ela se mantém a uma temperatura média de 37C. A água vem de um lençol freático que existe na base do extinto vulcão Chillán Viejo. Ela é expelida da terra a 3.200 m de altitude, por um gêiser.
Fervente, a água desce a cordilheira. Perto do complexo, ela é misturada às águas de um lençol freático congelado, mantendo-se numa temperatura agradável, que é desfrutada na piscina do complexo pelo turista.
Para poder praticar o "milanesa da Finlândia", o turista deve passar para a parte externa da piscina por uma espécie de túnel de 2 m de comprimento. Ao ar livre, a água é 2C mais quente.
No final do túnel, com água na altura do peito, se descortina uma visão rara: uma piscina totalmente enfumaçada de tom negro (compõem a água pelo menos 25 minerais, entre eles o enxofre e o magnésio) cercada de neve por todos os lados.
A partir daí, basta ter disposição. É sair da piscina, se jogar na neve (aos gritos, logicamente), rolar de um lado para o outro e, em desespero, voltar correndo para o quentinho da piscina.
(SERGIO TORRES)



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