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Estação não tem sofisticação nem filas das similares norte-americanas e lembra filme "O Iluminado"
Portillo oferece apenas sossego e esqui
ERIKA SALLUM
ENVIADA ESPECIAL A PORTILLO
Se Aspen (EUA) parece muito
longe e Bariloche (Argentina), tumultuado, o Chile oferece uma
opção interessante para quem
quer unir praticidade, descanso e,
claro, esqui. A duas horas e meia a
nordeste de Santiago, Portillo é
uma pequenina estação isolada
entre as montanhas, a uma altitude de 2.885 m.
Mais antiga área de esqui da
América do Sul, não conta com
uma infra-estrutura complexa.
Há 51 anos, o hotel Portillo é a
única instalação do local, com capacidade para 450 hóspedes e diversas opções de lazer, além dos
12 teleféricos de acesso às pistas
de esqui. Mas nada além disso.
Sua principal vantagem é que,
ali, as tradicionais filas para esquiar, tão comuns em estações
norte-americanas e européias,
simplesmente não existem, pois
Portillo não figura entre as mais
importantes pistas do mundo.
"O grande prazer aqui é a possibilidade de fazer várias pistas por
dia, com velocidade. Os percursos
são pequenos, assim como as filas. Claro que em Aspen há mais
opções e estrutura, mas, dependendo do período, você fica o dia
inteiro esperando para tomar um
teleférico, é estressante", diz o administrador brasileiro Guilherme
Jacob, que esquia há mais de 20
anos e já esteve em estações na
França, na Suíça e nos Estados
Unidos, entre outros países.
Esquiar ou descansar, seja qual
for o interesse em visitar Portillo,
é importante lembrar que o local é
extremamente isolado, o hotel
não tem TV nos quartos e muitas
vezes ganha um ar semelhante ao
filme "O Iluminado", de Stanley
Kubrick, em que Jack Nicholson
entrava em parafuso em meio à
nevasca.
Por causa de sua atmosfera
tranquila, ele é muito procurado
para lua-de-mel, em geral em
agosto, e só fica aberto entre junho e outubro, dependendo das
condições da neve.
Para entreter os forasteiros, o
hotel oferece uma série de atividades extra-esqui, como aulas de culinária, aeróbica, massagem, coquetéis e até festas em uma pequena danceteria. Há também
uma piscina aquecida onde se pode nadar olhando para um exótico lago cercado de montanhas.
Administrado pelo norte-americano Henry Purcell desde o início dos anos 60, o hotel, apesar de
não ser luxuoso ou sofisticado,
conta ainda com um competente
restaurante -o chef, Rafael Figueroa, já fez estágio no Fasano,
em São Paulo-, um cinema, salão de beleza, sala de ginástica,
creche e até um cybercafé, onde
uma hora de Internet custa US$ 7.
O centro de esqui tem 40 instrutores disponíveis e é dirigido pelo
norte-americano Michael Rogan,
um dos 17 seletos integrantes da
Equipe de Demonstração dos
EUA, cujo objetivo é divulgar o
esqui pelo país.
"Conheço quase todas as pistas
do grande circuito mundial, mas
nenhuma é tão acolhedora quanto Portillo. É para quem quer relaxar e aproveitar a neve", comenta
Rogan. Para os iniciantes, ele avisa: "Esquiar é possível. Um principiante necessita apenas de três
dias e de força de vontade para se
divertir com esse esporte".
Erika Sallum viajou a convite do hotel
Portillo.
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