São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2000


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Estação não tem sofisticação nem filas das similares norte-americanas e lembra filme "O Iluminado"
Portillo oferece apenas sossego e esqui


ERIKA SALLUM
ENVIADA ESPECIAL A PORTILLO

Se Aspen (EUA) parece muito longe e Bariloche (Argentina), tumultuado, o Chile oferece uma opção interessante para quem quer unir praticidade, descanso e, claro, esqui. A duas horas e meia a nordeste de Santiago, Portillo é uma pequenina estação isolada entre as montanhas, a uma altitude de 2.885 m.
Mais antiga área de esqui da América do Sul, não conta com uma infra-estrutura complexa. Há 51 anos, o hotel Portillo é a única instalação do local, com capacidade para 450 hóspedes e diversas opções de lazer, além dos 12 teleféricos de acesso às pistas de esqui. Mas nada além disso.
Sua principal vantagem é que, ali, as tradicionais filas para esquiar, tão comuns em estações norte-americanas e européias, simplesmente não existem, pois Portillo não figura entre as mais importantes pistas do mundo.
"O grande prazer aqui é a possibilidade de fazer várias pistas por dia, com velocidade. Os percursos são pequenos, assim como as filas. Claro que em Aspen há mais opções e estrutura, mas, dependendo do período, você fica o dia inteiro esperando para tomar um teleférico, é estressante", diz o administrador brasileiro Guilherme Jacob, que esquia há mais de 20 anos e já esteve em estações na França, na Suíça e nos Estados Unidos, entre outros países.
Esquiar ou descansar, seja qual for o interesse em visitar Portillo, é importante lembrar que o local é extremamente isolado, o hotel não tem TV nos quartos e muitas vezes ganha um ar semelhante ao filme "O Iluminado", de Stanley Kubrick, em que Jack Nicholson entrava em parafuso em meio à nevasca.
Por causa de sua atmosfera tranquila, ele é muito procurado para lua-de-mel, em geral em agosto, e só fica aberto entre junho e outubro, dependendo das condições da neve.
Para entreter os forasteiros, o hotel oferece uma série de atividades extra-esqui, como aulas de culinária, aeróbica, massagem, coquetéis e até festas em uma pequena danceteria. Há também uma piscina aquecida onde se pode nadar olhando para um exótico lago cercado de montanhas.
Administrado pelo norte-americano Henry Purcell desde o início dos anos 60, o hotel, apesar de não ser luxuoso ou sofisticado, conta ainda com um competente restaurante -o chef, Rafael Figueroa, já fez estágio no Fasano, em São Paulo-, um cinema, salão de beleza, sala de ginástica, creche e até um cybercafé, onde uma hora de Internet custa US$ 7.
O centro de esqui tem 40 instrutores disponíveis e é dirigido pelo norte-americano Michael Rogan, um dos 17 seletos integrantes da Equipe de Demonstração dos EUA, cujo objetivo é divulgar o esqui pelo país.
"Conheço quase todas as pistas do grande circuito mundial, mas nenhuma é tão acolhedora quanto Portillo. É para quem quer relaxar e aproveitar a neve", comenta Rogan. Para os iniciantes, ele avisa: "Esquiar é possível. Um principiante necessita apenas de três dias e de força de vontade para se divertir com esse esporte".


Erika Sallum viajou a convite do hotel Portillo.


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