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Governante exibe sua coleção de presentes
do enviado especial
Kuah, a capital de Langkawi, é
um núcleo urbano singelo, onde
quase a totalidade dos seus 7.000
moradores vivem em casinhas de
teto de zinco -apesar de a ilha
vender mercadorias industrializadas livres de impostos desde 1987.
De lá parte a balsa que conecta
Langkawi à região. Já o aeroporto,
onde pousam grandes aviões que
ligam a ilha até Kuala Lumpur ou
Cingapura, dista 20 km de Kuah.
Modernidades à parte, é na venda de produtos nativos, como objetos artesanais de madeira e roupas estampadas com a técnica do
batique, palavra que tem origem
malaia, que Kuah se destaca.
Nos arredores da capital de
Langkawi, a Massij Al Hana, uma
mesquita moderna de frente para
o mar, é uma construção curiosa.
O médico e o monstruoso
Ainda no capítulo dos programas urbanos, que não são o melhor nessa ilha que esbanja natureza, um dos passeios mais comuns
é a visita à galeria Perdana, que
dista 10 km de Kuah.
É nessa galeria que Mahatir Bin
Mohamad, primeiro-ministro
malasiano desde 1981, expõe os
2.500 presentes que ganhou de governantes estrangeiros -incluídos aí retratos a óleo em que ele
aparece em trajes de montaria.
Por trás do acervo plural da galeria, que não admite fotos, estão razões políticas e afetivas singulares:
Mahatir Mohamad é natural de
Kedak, Estado que tem Langkawi
sob sua jurisdição, e lá trabalhou
nos anos 50 como médico.
Mas, embora o museu até tenha
no acervo coisas muito interessantes, a ideologia por trás dele é que
é monstruosa: o primeiro-ministro propaga que, ao expor objetos
e até carros que ganhou, está "devolvendo" algo para a população.
Narcisismo à parte, a galeria
Perdana (que aliás cobra 3 ringgits, ou cerca de US$ 1, a título de
entrada), acaba agradando àqueles interessados em obras pitorescos, pois reúne talhas, cristais,
porcelanas e diversos objetos doados pelos países mais exóticos.
O Craft Cultural Complex, um
centro de artesanato malasiano localizado a 20 km de Kuah, é outro
ponto turístico de Langkawi.
O local vende de batiques e objetos simples feitos de palha até peças de cristal e peças de estanho
fabricadas pela Royal Selangor.
Mas o verdadeiro tesouro de
Langkawi não está nesse centro de
compras, nem na galeria e muito
menos nos negócios que vendem,
a preços irrisórios, batiques e artesanato de madeira.
Com um sossego inédito para
um destino turístico de seu quilate, a ilha tem hotéis de sonho como o Radisson Tanjung Rhu, numa praia de 2,5 km onde o
pôr-do-sol é magnífico, e o The
Datai, cercado por mata nativa.
Em qualquer desses locais a decoração é chique-simples, com
móveis fabricados com a madeira
nativa, estátuas de diversas culturas, laguinhos repletos de peixes e
piscinas capazes de agradar mesmo ao mais exigente Netuno.
(SC)
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