São Paulo, segunda, 18 de maio de 1998

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Governante exibe sua coleção de presentes

do enviado especial

Kuah, a capital de Langkawi, é um núcleo urbano singelo, onde quase a totalidade dos seus 7.000 moradores vivem em casinhas de teto de zinco -apesar de a ilha vender mercadorias industrializadas livres de impostos desde 1987.
De lá parte a balsa que conecta Langkawi à região. Já o aeroporto, onde pousam grandes aviões que ligam a ilha até Kuala Lumpur ou Cingapura, dista 20 km de Kuah.
Modernidades à parte, é na venda de produtos nativos, como objetos artesanais de madeira e roupas estampadas com a técnica do batique, palavra que tem origem malaia, que Kuah se destaca.
Nos arredores da capital de Langkawi, a Massij Al Hana, uma mesquita moderna de frente para o mar, é uma construção curiosa.

O médico e o monstruoso
Ainda no capítulo dos programas urbanos, que não são o melhor nessa ilha que esbanja natureza, um dos passeios mais comuns é a visita à galeria Perdana, que dista 10 km de Kuah.
É nessa galeria que Mahatir Bin Mohamad, primeiro-ministro malasiano desde 1981, expõe os 2.500 presentes que ganhou de governantes estrangeiros -incluídos aí retratos a óleo em que ele aparece em trajes de montaria.
Por trás do acervo plural da galeria, que não admite fotos, estão razões políticas e afetivas singulares: Mahatir Mohamad é natural de Kedak, Estado que tem Langkawi sob sua jurisdição, e lá trabalhou nos anos 50 como médico.
Mas, embora o museu até tenha no acervo coisas muito interessantes, a ideologia por trás dele é que é monstruosa: o primeiro-ministro propaga que, ao expor objetos e até carros que ganhou, está "devolvendo" algo para a população.
Narcisismo à parte, a galeria Perdana (que aliás cobra 3 ringgits, ou cerca de US$ 1, a título de entrada), acaba agradando àqueles interessados em obras pitorescos, pois reúne talhas, cristais, porcelanas e diversos objetos doados pelos países mais exóticos.
O Craft Cultural Complex, um centro de artesanato malasiano localizado a 20 km de Kuah, é outro ponto turístico de Langkawi.
O local vende de batiques e objetos simples feitos de palha até peças de cristal e peças de estanho fabricadas pela Royal Selangor.
Mas o verdadeiro tesouro de Langkawi não está nesse centro de compras, nem na galeria e muito menos nos negócios que vendem, a preços irrisórios, batiques e artesanato de madeira.
Com um sossego inédito para um destino turístico de seu quilate, a ilha tem hotéis de sonho como o Radisson Tanjung Rhu, numa praia de 2,5 km onde o pôr-do-sol é magnífico, e o The Datai, cercado por mata nativa.
Em qualquer desses locais a decoração é chique-simples, com móveis fabricados com a madeira nativa, estátuas de diversas culturas, laguinhos repletos de peixes e piscinas capazes de agradar mesmo ao mais exigente Netuno. (SC)




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