São Paulo, segunda-feira, 18 de junho de 2001

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MOSAICO LATINO

Vasta oferta no bairro histórico da capital inclui museus, fortes, praças, casario colonial, igrejas e lojas

Dia é curto para conhecer Velho San Juan

DO ENVIADO ESPECIAL A PORTO RICO

Aquela sensação de que as 24 horas do dia são curtas toma conta de quem visita a parte da capital porto-riquenha conhecida como Velho San Juan. Há mais atrações por metro quadrado do que em muita cidade metida a bacana. São museus, praças, monumentos, casario colonial, fortes, igrejas, lojas, restaurantes e a muralha fortificada, que a tudo emoldura.
Até para não se perder em meio a tanta oferta, o negócio é começar o passeio por La Casita, onde a Companhia de Turismo de Porto Rico dá informações e distribui mapas e folhetos. Na praça em volta, encontram-se barracas com água, comida e outras provisões para a caminhada.
Comece pelo Paseo de la Princesa, uma esplanada cercada de estátuas, fontes, bancos, luminárias antigas e muitas árvores. Nos fins de semana, artistas mambembes fazem com que a caminhada pelo lugar seja mais demorada.
A esplanada conduz a um monumento de bronze, a fonte Raíces. Com estátuas de pessoas e entidades mitológicas, ela reproduz os tipos europeus, indígenas e africanos que deram cara e caráter aos porto-riquenhos.
No final do Paseo de la Princesa está a Puerta de San Juan, um túnel construído nos anos 1630 e que era utilizado para o desembarque de colonos recém-chegados da Espanha.
Na Plazuela de la Rogativa, uma estátua do bispo de San Juan e de três mulheres segurando tochas lembra um episódio que, reza a lenda, teria ocorrido em 1797.
Uma frota inglesa com 8.000 homens e 50 navios tentou atacar a ilha, mas partiu em retirada antes de dar início às hostilidades porque acontecia naquela noite uma procissão com tochas e velas no Velho San Juan. Somado ao barulho dos sinos, isso teria afugentado os ingleses.
Mais histórias bélicas surgem na próxima parada. Depois de atravessar uma enorme área gramada, cheia de gente fazendo piquenique, jogando bola ou empinando pipa, o visitante chega ao forte San Felipe del Morro.
Iniciada em 1539, sua construção levou cerca de 200 anos. Suas paredes -algumas com até 4,6 m de espessura- mantêm a aparência de inexpugnáveis mesmo nos dias que correm.
Um vídeo em inglês e espanhol conta a história da construção. Nas várias salas, são mostradas técnicas de utilização de canhões e táticas de defesa. Mesmo que guerra não seja seu assunto predileto, vale dar uma subida no forte para ter uma visão da baía de San Juan e de vários pontos da cidade.
Ao sair do forte, dá-se de cara com a Escola de Artes Plásticas. Com seus arcos romanescos, pátios arborizados e fontes, é difícil acreditar que o prédio foi construído no século 19 com a função de abrigar uma casa de repouso. Mas os estudantes esculpindo formas improváveis em granito mostram que mentes inquietas continuam circulando por ali.
Chama a atenção da Plaza del Quinto Centenario um totem feito com pedaços de cerâmica. Já o Museu das Américas resume as culturas dos países americanos com artes plásticas, música, religião e folclore.
Se o cansaço bateu, você está no lugar certo. Na próxima Plaza de San José fica a igreja de mesmo nome, a segunda mais antiga deste lado do Atlântico, erguida em 1523. Diante dela, alinham-se vários restaurantes, nos quais é difícil gastar menos de US$ 18 por um prato com refrigerante.
As vielas que partem da Plaza de San José levam, dependendo da direção tomada, aos museus del Indio ou del Niño, às praças de Armas e Colón. Os caminhos são suavizados por uma infinidade de lojas, dentre as quais há um número exuberante de joalherias.
Quando a tarde cai, os turistas são substituídos pelos jovens que frequentam os bares e dançam na região da Plaza de San José. Quem sai do Velho San Juan nesse momento parte com duas certezas: de que não deu tempo para ver tudo e de que a noite vai ser boa. (EDSON FRANCO)



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