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MOSAICO LATINO
Vasta oferta no bairro histórico da capital inclui museus, fortes, praças, casario colonial, igrejas e lojas
Dia é curto para conhecer Velho San Juan
DO ENVIADO ESPECIAL A PORTO RICO
Aquela sensação de que as 24
horas do dia são curtas toma conta de quem visita a parte da capital
porto-riquenha conhecida como
Velho San Juan. Há mais atrações
por metro quadrado do que em
muita cidade metida a bacana.
São museus, praças, monumentos, casario colonial, fortes, igrejas, lojas, restaurantes e a muralha
fortificada, que a tudo emoldura.
Até para não se perder em meio
a tanta oferta, o negócio é começar o passeio por La Casita, onde a
Companhia de Turismo de Porto
Rico dá informações e distribui
mapas e folhetos. Na praça em
volta, encontram-se barracas com
água, comida e outras provisões
para a caminhada.
Comece pelo Paseo de la Princesa, uma esplanada cercada de estátuas, fontes, bancos, luminárias
antigas e muitas árvores. Nos fins
de semana, artistas mambembes
fazem com que a caminhada pelo
lugar seja mais demorada.
A esplanada conduz a um monumento de bronze, a fonte Raíces. Com estátuas de pessoas e entidades mitológicas, ela reproduz
os tipos europeus, indígenas e
africanos que deram cara e caráter aos porto-riquenhos.
No final do Paseo de la Princesa
está a Puerta de San Juan, um túnel construído nos anos 1630 e
que era utilizado para o desembarque de colonos recém-chegados da Espanha.
Na Plazuela de la Rogativa, uma
estátua do bispo de San Juan e de
três mulheres segurando tochas
lembra um episódio que, reza a
lenda, teria ocorrido em 1797.
Uma frota inglesa com 8.000
homens e 50 navios tentou atacar
a ilha, mas partiu em retirada antes de dar início às hostilidades
porque acontecia naquela noite
uma procissão com tochas e velas
no Velho San Juan. Somado ao
barulho dos sinos, isso teria afugentado os ingleses.
Mais histórias bélicas surgem
na próxima parada. Depois de
atravessar uma enorme área gramada, cheia de gente fazendo piquenique, jogando bola ou empinando pipa, o visitante chega ao
forte San Felipe del Morro.
Iniciada em 1539, sua construção levou cerca de 200 anos. Suas
paredes -algumas com até 4,6 m
de espessura- mantêm a aparência de inexpugnáveis mesmo
nos dias que correm.
Um vídeo em inglês e espanhol
conta a história da construção.
Nas várias salas, são mostradas
técnicas de utilização de canhões
e táticas de defesa. Mesmo que
guerra não seja seu assunto predileto, vale dar uma subida no forte
para ter uma visão da baía de San
Juan e de vários pontos da cidade.
Ao sair do forte, dá-se de cara
com a Escola de Artes Plásticas.
Com seus arcos romanescos, pátios arborizados e fontes, é difícil
acreditar que o prédio foi construído no século 19 com a função
de abrigar uma casa de repouso.
Mas os estudantes esculpindo formas improváveis em granito
mostram que mentes inquietas
continuam circulando por ali.
Chama a atenção da Plaza del
Quinto Centenario um totem feito com pedaços de cerâmica. Já o
Museu das Américas resume as
culturas dos países americanos
com artes plásticas, música, religião e folclore.
Se o cansaço bateu, você está no
lugar certo. Na próxima Plaza de
San José fica a igreja de mesmo
nome, a segunda mais antiga deste lado do Atlântico, erguida em
1523. Diante dela, alinham-se vários restaurantes, nos quais é difícil gastar menos de US$ 18 por um
prato com refrigerante.
As vielas que partem da Plaza de
San José levam, dependendo da
direção tomada, aos museus del
Indio ou del Niño, às praças de
Armas e Colón. Os caminhos são
suavizados por uma infinidade de
lojas, dentre as quais há um número exuberante de joalherias.
Quando a tarde cai, os turistas
são substituídos pelos jovens que
frequentam os bares e dançam na
região da Plaza de San José. Quem
sai do Velho San Juan nesse momento parte com duas certezas:
de que não deu tempo para ver tudo e de que a noite vai ser boa.
(EDSON FRANCO)
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