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Vila salvou prédios da demolição
DO ENVIADO ESPECIAL
A cidade é de brinquedo e foi
fundada em 1972, mas os prédios
são históricos de verdade na Taiwan Folk Village, nas cercanias de
Changhua.
O empreendimento ocupa 51
hectares e salvou prédios antigos
da demolição. Reinstalados num
parque, cuja entrada tem uma
muralha de cerâmica vermelha de
dois séculos, que protegia uma cidade nos arredores, esses prédios
revelam a história e os hábitos de
tempos passados.
Passada a muralha, 200 árvores
seculares foram replantadas na
entrada da vila, inclusive uma que
os chineses imaginam sagrada, de
presumíveis 300 anos, onde são
suspensos bilhetes com pedidos.
O local é turístico, mas pouco
visitado por estrangeiros, falta-lhe
sinalização em inglês, e as lojas
não aceitam cartão de crédito.
Há um hotel no parque, cujas
diárias custam US$ 100, mas a localização da Folk Village, numa
zona quase rural, talvez seja erma
demais para valer a pena se hospedar lá. De todo modo, o parque
é arrebatador para uma visita.
Ele mostra como os chineses fabricavam macarrão, papel e produtos de saúde e de beleza, como
prensavam grãos para fazer óleo e
até como eram os canhões das
eras Ming e Ching.
A visita contempla casas camponesas, feitas de bambu e de taipa, cobertas de palha de arroz.
Os trajes pendurados no interior são feitos de materiais intrigantes, como folhas de palmeira.
Cada casinha tem seu altar, a deusa da Misericórdia é uma imagem
constante neles, como o são também as fotos de familiares mortos,
os bordados e os objetos onde
eram queimados incensos.
Ali há duas fábricas rudimentares de macarrão, uma usava trigo
como matéria-prima; a outra, arroz. A fábrica de papel natural, de
celulose, é rodeada de árvores que
eram usadas para fazer móveis.
Na China, nas famílias camponesas, quando nascia uma menina, o pai plantava uma árvore
que, 17 anos depois, estava pronta
para ser transformada na mobília
que seria seu dote de casamento.
Durante a ocupação japonesa,
além de madeiras, Taiwan exportava cana e cânfora -madeira
que tem utilização medicinal.
Já as casas formais da vila têm
três peças. Do ponto de vista arquitetônico, os prédios mais refinados são a residência imperial da
ilha Peng Hu, e uma casa aristocrática que ficava em Chang Shou
St. Na última, fora do muro, há
uma fonte, pois segundo a tradição chinesa, não se pode negar
água a um passante com sede.
(SC)
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