São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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Sófia alterna charme e sinais de crise

Só um olhar atento revela que a capital da Bulgária tem muito verde, praças tranquilas e população sorridente

País onde nasceu o pai da presidente eleita, Dilma Rousseff, reúne contradições que vão da religião à economia

Guy Cristian-13.jul.2006/France Presse
Monumento a Sofia, deusa grega da sabedoria, na cidade demesmo nome, na Bulgária

VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A SÓFIA

Se Dilma Rousseff aceitar algum das centenas de convites que tem recebido para ir à Bulgária, terra onde nasceu seu pai, terá primeiro uma má impressão. Depois, serão até que boas as surpresas.
Sófia, a capital desse país europeu marcado pela pobreza, não é hoje uma cidade para se apaixonar à primeira vista. Há muito trânsito, poluição e tapumes por todos os lados por causa das obras de expansão do metrô.
Além disso, os sinais da crise econômica por que passa a Bulgária estão explícitos: as ruas estão esburacadas, as calçadas, quebradas, e a maioria das construções mostra que precisa há tempos de pintura e restauração.
Essa será a má impressão. Mas o olhar atento mostrará uma Sófia charmosa, com praças, verde e pessoas acolhedoras e sorridentes.
A pequena capital búlgara se parece com outras capitais europeias: há vários cafés com mesas nas calçadas, muitos prédios seguem o estilo neoclássico e grandes avenidas dão acessos a ruas estreitas e arborizadas.
Na periferia, Sófia lembra uma cidade do interior da Rússia, com a paisagem sendo dominada pelos caixotes de concreto que são os conjuntos habitacionais construídos pelo regime comunista, que governou o país do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) até 1990.
Vá até a estação Serdika do metrô. O primeiro contraste que você irá ver é o religioso: de um lado está uma igreja cristã ortodoxa (catedral de Sveta-Nedelya), cuja construção começou no século 6. Durante todo o dia, homens e mulheres criam uma polifonia ao entoar suas preces.
Do outro, há uma mesquita (Banya Bashi) do século 16, onde são os muçulmanos a rezar. O contraste econômico se dá nas opções de compras e nos mendigos.
Um shopping center de quatro andares vende produtos de marcas caras, como Channel ou Prada. No subterrâneo, nas galerias do metrô, lojas de suvenires baratos. No nível da rua, pobres, a maioria ciganos, esmolam.
A estátua de Sofia, a deusa grega da sabedoria, fica ao lado da estação. Ela parece abençoar a cidade no alto de um obelisco onde antes estava uma estátua de Lênin.
Mas, para não esquecer os tempos dos comunistas, logo em frente há um prédio do governo com sua clássica arquitetura estalinista, com colunas e suntuosidade.
Os táxis são muito baratos, mas alguns motoristas não ligam o taxímetro ou levam o turista por caminhos mais longos que o necessário.
Uma corrida do aeroporto ao centro da cidade não custa mais de 20 leva (cerca de R$ 24). Dentro da própria cidade, muitas vezes você vai pagar menos de 10 leva.
Os próprios habitantes recomendam que se use os táxis da companhia OK. Preste atenção na porta do carro.
No mais, é andar em busca de mais uma igreja ou de bares e restaurantes, que, na maioria das vezes, servem boa comida a preços bem atrativos se comparados com os cobrados em São Paulo.


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