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Sófia alterna charme e sinais de crise
Só um olhar atento revela que a capital da Bulgária tem muito verde, praças tranquilas e população sorridente
País onde nasceu o pai da presidente eleita, Dilma Rousseff, reúne contradições que vão da religião à economia
Guy Cristian-13.jul.2006/France Presse
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Monumento a Sofia, deusa grega da sabedoria, na cidade demesmo nome, na Bulgária
VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A SÓFIA
Se Dilma Rousseff aceitar
algum das centenas de convites que tem recebido para ir
à Bulgária, terra onde nasceu
seu pai, terá primeiro uma
má impressão. Depois, serão
até que boas as surpresas.
Sófia, a capital desse país
europeu marcado pela pobreza, não é hoje uma cidade
para se apaixonar à primeira
vista. Há muito trânsito, poluição e tapumes por todos
os lados por causa das obras
de expansão do metrô.
Além disso, os sinais da
crise econômica por que passa a Bulgária estão explícitos: as ruas estão esburacadas, as calçadas, quebradas,
e a maioria das construções
mostra que precisa há tempos de pintura e restauração.
Essa será a má impressão.
Mas o olhar atento mostrará
uma Sófia charmosa, com
praças, verde e pessoas acolhedoras e sorridentes.
A pequena capital búlgara
se parece com outras capitais
europeias: há vários cafés
com mesas nas calçadas,
muitos prédios seguem o estilo neoclássico e grandes
avenidas dão acessos a ruas
estreitas e arborizadas.
Na periferia, Sófia lembra
uma cidade do interior da
Rússia, com a paisagem sendo dominada pelos caixotes
de concreto que são os conjuntos habitacionais construídos pelo regime comunista, que governou o país do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) até 1990.
Vá até a estação Serdika do
metrô. O primeiro contraste
que você irá ver é o religioso:
de um lado está uma igreja
cristã ortodoxa (catedral de
Sveta-Nedelya), cuja construção começou no século 6.
Durante todo o dia, homens e
mulheres criam uma polifonia ao entoar suas preces.
Do outro, há uma mesquita (Banya Bashi) do século
16, onde são os muçulmanos
a rezar. O contraste econômico se dá nas opções de compras e nos mendigos.
Um shopping center de
quatro andares vende produtos de marcas caras, como
Channel ou Prada. No subterrâneo, nas galerias do metrô,
lojas de suvenires baratos.
No nível da rua, pobres, a
maioria ciganos, esmolam.
A estátua de Sofia, a deusa
grega da sabedoria, fica ao
lado da estação. Ela parece
abençoar a cidade no alto de
um obelisco onde antes estava uma estátua de Lênin.
Mas, para não esquecer os
tempos dos comunistas, logo
em frente há um prédio do
governo com sua clássica arquitetura estalinista, com colunas e suntuosidade.
Os táxis são muito baratos,
mas alguns motoristas não ligam o taxímetro ou levam o
turista por caminhos mais
longos que o necessário.
Uma corrida do aeroporto
ao centro da cidade não custa mais de 20 leva (cerca de
R$ 24). Dentro da própria cidade, muitas vezes você vai
pagar menos de 10 leva.
Os próprios habitantes recomendam que se use os táxis da companhia OK. Preste
atenção na porta do carro.
No mais, é andar em busca
de mais uma igreja ou de bares e restaurantes, que, na
maioria das vezes, servem
boa comida a preços bem
atrativos se comparados com
os cobrados em São Paulo.
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