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R$ 1 = 1 PESO
Tour com cara de 'making off" exibe milhares de pares de sapatos e equipes que dão vida ao palco
Teatro Colón revela suas entranhas em visitas guiadas
DA ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES
Orgulho nacional, e não é sem
motivo, o teatro Colón, em Buenos Aires, não pára. Quando não
é a manutenção da fachada, é algum espaço interno que ganha
restauração. Para além do que se
pode ver da rua, da platéia ou dos
balcões, o teatro é mais do que
uma bela construção em estilo renascentista (apesar de ser de 1908)
e uma senhora casa de ópera:
guarda, em sete andares abaixo
do rés-do-chão, toda a sua história e o seu engenho.
O Colón é mais antigo do que
seu prédio, no entanto. Foi inaugurado em 27 de abril de 1857, na
praça de Mayo, com uma montagem da "La Traviata", de Giuseppe Verdi (1813-1901). O edifício foi
projetado para 2.500 espectadores
por Carlos E. Pellegrini, pai do futuro presidente da República Carlos Pellegrini, e foi vendido em
1888 ao Banco da Nação Argentina por 950 mil pesos, usados para
a construção da nova sede, de
proporções bem maiores e inaugurada 20 anos mais tarde, desta
vez com "Aida", de Verdi.
Numa visita guiada que dura
cerca de uma hora e pode ser feita
em espanhol ou em inglês, é possível percorrer as extensas e luxuosas galerias de mármore de diversas procedências européias
(Itália, França, Portugal e Bélgica), conhecer os assentos da platéia, os balcões, os que são reservados às autoridades e ainda espiar as "baignoires" -uma seção
pouco abaixo do nível da platéia
que, escondida por trás de grades
de bronze, era destinada às pessoas em luto ou àquelas que simplesmente não queriam ser vistas
em público. Atualmente, às vezes
servem a transmissões radiofônicas do que se executa no teatro.
O subsolo do Colón, que se estende por baixo da movimentadíssima avenida 9 de Julio ("a
mais larga do mundo", ouve-se a
cada punhado de horas), foi ampliado nos anos 70 e guarda cerca
de 20 mil pares de sapatos, cenários, figurinos e instrumentos
musicais -algumas das valiosas
peças do teatro estão expostas em
vitrines de vidro no hall de entrada, onde há também fotografias e
autógrafos de personalidades da
música que por ali passaram.
No subsolo, fica uma reprodução em tamanho real do palco para ensaios do corpo de baile do
teatro. Ali, há equipes inteiras de
costureiros, marceneiros, pintores, enfim, tudo que dá vida ao
teatro que homenageia o descobridor da América no nome.
Mas tudo isso pode perder um
pouco do sentido sem que o visitante assista a pelo menos um espetáculo no Colón, pois a visita às
suas entranhas funciona mais ou
menos como um "making off".
Para isso, não faltam oportunidades: o teatro oferece temporadas de ópera, ópera de câmara,
balé e concertos da Orquestra Filarmônica de Buenos Aires.
Em 2004, as apresentações começarão no fim de fevereiro, dentro da "temporada de verão", com
as óperas "Carmen", de Georges
Bizet (1838-1875), e "Hänsel e
Gretel" ("João e Maria"), de Engelbert Humperdinck (1854-1921), além do balé "Coppélia".
(ALEXANDRA MORAES)
Teatro Colón: Libertad, 621, tel. 00/xx/
54/11/4378-7132; www.teatrocolon.org.ar; visitas guiadas: 7 pesos; 2 pesos
(pessoas de cinco a 17 anos).
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