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HOMEM AO MAR
Fora do verão, cidade recebe turistas para batismo, que acontece no Parque Estadual da Ilha Anchieta
Ubatuba acolhe mergulhador na entressafra
LUÍS DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A UBATUBA (SP)
O verão acabou, mas Ubatuba
continua um destino quente no litoral norte paulista nesta entressafra. Localizada a 230 quilômetros de São Paulo e com uma costa
de 90 quilômetros de extensão, a
cidade recebe, nos finais de semana, alunos de mergulho que chegam para serem batizados ou para expandir seu conhecimento.
Ubatuba é um dos melhores locais para o mergulho autônomo,
no qual utiliza-se equipamento
completo: garrafa de oxigênio, colete inflável, roupa de borracha,
máscara, snorkel e nadadeiras.
A maioria das embarcações para a atividade saem do Saco da Ribeira em direção à ilha Anchieta,
que é um parque estadual (leia ao
lado), ou rumo à ilha de Vitória.
Para chegar à ilha Anchieta, o
mergulhador inexperiente pode
marear no barco, mas água fria na
nuca ou remédio contra enjôo podem ajudar. O alívio mesmo só
acontece com o desembarque na
praia do Sul, na ilha Anchieta.
De barriga cheia de pão de queijo e com o labirinto refeito, é hora
de voltar ao barco, de retomar os
procedimentos para o mergulho e
de sentir-se como Kobalski, personagem do extinto seriado de
TV "Viagem ao Fundo do Mar",
que nas aventuras apanhava dos
russos, dos monstros e dos próprios tripulantes, quando tomados por "forças externas".
Voltando ao mergulho, quando
a temperatura da água é agradável, as roupas de borracha são
descartadas, mas entra em cena
outra parafernália: cinto com
quatro quilos de chumbo, colete
inflável, nadadeiras.
Já no mar, ainda se vão alguns
minutos de apreensão até o mergulhador se adaptar à nova situação, enquanto a correnteza pode
tentar empurrá-lo para as pedras.
Depois da adaptação, o instrutor aponta para a fauna marinha.
Com a sensação de estar num
aquário gigante, avistam-se estrelas-do-mar, símbolo do Parque
Estadual da Ilha Anchieta, cardumes, parus, peixes-morcego e garoupas. Com sorte, aparecerão
tartarugas-do-mar e raias.
Os 50 minutos de mergulho parecem uma eternidade. Destacam-se a sensação de liberdade.
Você respira com mais calma, domina a respiração, cuida do oxigênio, do tempo, lida com medos
e com o desconhecido.
Premissa a ser seguida pelos
mergulhadores: depois de tocar a
fauna marinha, solte-a. Não leve
nada do mar, porque ele não é um
parque de diversão. Com a alma
em paz, só o que se carrega para o
barco é a sensação boa de pertencer a este mundo.
Luís Dávila viajou a convite da pousada
Seachegue, do Recanto das Amoreiras e
da Katoosh Operadora
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