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Lar de índios virou presídio na era Vargas
DO ENVIADO ESPECIAL
Além de ser palco para
bons mergulhos, uma visita
à ilha Anchieta também parece uma aula de história.
Chamada no passado de Tapera de Cunhambebe, em
homenagem a um importante cacique tupi, que exerceu papel crucial na luta
contra os franceses e no plano de catequização dos índios promovido pelo padre
jesuíta José de Anchieta
(1534-1597), a ilha foi lar de
índios tupinambás antes de
virar um presídio.
Foi cenário de incursões de
holandeses, franceses e ingleses, por volta de 1700, e
ocupada pelo Exército português no século 19. Em
1850, navios ingleses usaram-na como base para
combater o tráfico negreiro.
Hoje, o mais marcante na
ilha, cuja área é de 828 hectares, são celas em ruínas daquilo que foi uma colônia
correcional, projetada pelo
arquiteto Ramos de Azevedo, inaugurada em 1908 e
transformada em presídio
durante o governo de Getúlio Vargas. Em 1934, o próprio Getúlio mudou o nome
do local para ilha Anchieta,
para comemorar o 400º aniversário do padre Anchieta.
O local sucumbiu em 1955,
três anos após uma rebelião,
na qual cerca de 400 presos
dominaram os guardas, mataram soldados e funcionários e fugiram.
(LD)
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