São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 2002

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ÁFRICA DO SUL

Especialistas em geografia e oceanografia divergem sobre ponto de encontro do Atlântico e do Índico

Polêmica ronda cabo da Boa Esperança

Cristiane Duarte/Folha Imagem
O cabo da Boa Esperança observado em reserva natural localizada a 160 km da Cidade do Cabo e onde há babuínos e avestruzes


DA ENVIADA ESPECIAL À ÁFRICA DO SUL

Para ir ao cabo da Boa Esperança a partir da Cidade do Cabo, atravessa-se a Constantia Road, onde ficam os condomínios mais chiques da cidade, todos pertencentes à aristocracia britânica, hoje em processo de extinção.
A região abriga algumas das melhores vinícolas sul-africanas, pois a área é excelente para o cultivo de determinadas uvas. Aliás, não deixe de provar o exclusivo vinho pinotage, feito com uvas híbridas, originárias da combinação das espécies pinot noir e hermitage, típico sul-africano.
Já mais próximo à Reserva Natural do Cabo da Boa Esperança desfilam pelas janelas do carro praias lindíssimas, como White Sand, Misty Cliffs e Scarborough. Preste atenção na construção das casas em frente às praias, cujos tetos funcionam como garagens.
A Reserva Natural do Cabo da Boa Esperança (www.cpnp.co.za) tem 7.750 hectares e abriga animais como babuínos (cuidado com eles!) e avestruzes.
Além de sua importância histórica, que se relaciona com as descobertas dos primeiros grandes navegadores -estão ali registradas com marcos simbólicos as passagens de Bartolomeu Dias, em 1488, e de Vasco da Gama, em 1497-, o ex-cabo das Tormentas tem uma vista fantástica e a magia, não necessariamente verdadeira, de ser o cruzamento dos oceanos Índico e Atlântico.
Existe uma corrente que defende que, do ponto de vista geográfico, os oceanos se encontram no cabo das Agulhas, mais ao norte, e, do oceanográfico, em diversos pontos, pois não há como determinar um só cruzamento.
De fato, é difícil definir o volume de água pertencente a um ou outro oceano, mesmo porque não há diferença de coloração na água ou sinais indicando a junção. O que vale é que são as temperaturas (no Atlântico, as correntes são frias, no Índico, mais quentes) a principal diferença entre eles.
(CRISTIANE DUARTE)


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