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OÁSIS DE CONCRETO
Poligamia é comum
Jovens usam túnicas com tênis Nike
do enviado especial
aos Emirados Árabes Unidos
Alguns hábitos e tradições da população dos Emirados Árabes Unidos podem chocar os turistas ocidentais, assim como algumas atitudes que os brasileiros consideram absolutamente normais podem ofender os árabes.
Os Emirados são considerados
um dos mais tolerantes e liberais
países do mundo árabe. No entanto, para evitar gafes, é importante
que o turista conheça alguns dos
gestos e costumes da população.
Os homens devem evitar andar
com a camisa aberta, mostrando o
peito. As mulheres não devem vestir camiseta sem manga (mangas
curtas estão liberadas). Na praia ou
mesmo nas piscinas dos hotéis, o
topless é rigorosamente vetado. Os
trajes de banho só devem ser usados nesses locais.
Os trajes típicos dos árabes, como o "dishdasha" (a túnica branca
dos homens) e as "abayas" (a túnica preta das mulheres), só são usados pelos locais e não são obrigatórios, só veste quem quer.
Isso gera visuais inusitados, como o dos adolescentes que se aglomeram nos shoppings de Dubai e
Abu Dhabi vestindo suas túnicas e
bonés e tênis da Nike.
À mesa, nunca ofereça alguma
coisa a outra pessoa usando sua
mão esquerda -para os muçulmanos, essa mão é "reservada" à
higiene pessoal.
²
Ofertas
Nunca recuse um chá ou algo para comer. Não aceitar é uma ofensa
terrível.
Quando sentar, pode cruzar as
pernas, mas nunca mostre a sola de
seus pés. Isso significaria que você
está desejando algo ruim para
quem a vir.
Cuidado na hora de fazer fotografias. Não é recomendável fotografar as mulheres sem o consentimento delas. Seja discreto. Tome
cuidado também quando fizer fotos de portos, instalações militares
ou áreas onde residam membros
da família real.
Não estranhe quando vir dois
homens esfregando seus narizes
ou trocando dois ou três beijos na
face. É assim que os árabes dos
Emirados se cumprimentam.
Mas também não se empolgue a
ponto de dar tapinhas nos ombros
dos colegas. Quando um homem
faz isso em outro, funciona como
uma cantada homossexual.
A propósito, cuidado: qualquer
tipo de prática homossexual no
país é considerada ilegal e pode
ocasionar a cobrança de multas, a
prisão dos infratores ou mesmo a
deportação.
É a ameaça de deportação, aliás,
que mantém os níveis de criminalidade baixíssimos no país. A punição é muito utilizada, uma vez que,
dada a tradição nômade dos beduínos que deram origem ao povo
dos Emirados, praticamente não
existem prisões no país.
Outras penas aplicadas são as
chibatadas (para casos de baderna,
brigas e pequenos delitos), corte
da mão (para roubos e furtos) e,
em casos extremos, a decapitação
(só utilizada em crimes hediondos,
como assassinato e estupro).
Programe sua viagem considerando que o fim-de-semana dos
árabes não cai no sábado e no domingo. Lá, os dias de descanso são
a quinta e a sexta-feira. As lojas e os
bancos fecham mais cedo nas
quintas e algumas nem abrem nas
sextas.
Em cinco horários do dia, a população pára tudo o que está fazendo para orar. Essas orações normalmente não duram mais que alguns minutos, mas, durante esse
período, os fiéis não devem ser interrompidos ou incomodados.
No mês do Ramadan, que começa no dia 30 de dezembro, é uma
tremenda falta de educação comer
durante o dia e beber álcool a qualquer momento na frente de um
muçulmano.
Não estranhe quando vir um homem rodeado de três ou quatro
mulheres. A poligamia é permitida
por lá.
É até comum ver propriedades
rodeadas por altos muros com
quatro casas iguais dentro. É que
cada mulher vive em uma casa e,
geralmente, o maridão constrói
quatro casas em um mesmo terreno para abrigá-las.
²
Coalhada
A comida típica do país é velha
conhecida dos paulistanos. Quem
frequenta restaurantes como o Almanara, o Brasserie Vitória ou o
Arábia está acostumado às especialidades mais servidas nos Emirados. Os pratos mais populares
são tabule, homus, kaftas, coalhada seca e charutinhos de folha de
uva, entre outros.
No café da manhã, alguns hotéis
servem um prato típico beduíno, à
base de lentilhas.
Ao final das refeições, é uma tradição o garçom trazer uma espécie
de incenso, que deve ser ventilado
na sua cara, e uma garrafinha com
água de rosas, que será entornada
em suas mãos para lavá-las.
(FRANCISCO MARTINS DA COSTA)
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