São Paulo, segunda, 19 de outubro de 1998

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OÁSIS DE CONCRETO
Habitantes compram falcões em mercados por cerca de US$ 200 e depois os treinam para a caça

Camelo de corrida custa até US$ 1 milhão

do enviado especial
aos Emirados Árabes Unidos


Dois animais estão fortemente ligados às tradições e à história dos povos árabes dos Emirados: os falcões e os camelos.
O camelo sempre foi o principal animal para transporte de pessoas ou cargas pelo deserto. Durante séculos, os beduínos que viveram naquela região "exploraram" o animal para executar toda sorte de trabalho pesado, além de tirar deles a carne, o leite, o couro e a lã.
A impressão que se tem hoje é a de que bateu uma dor na consciência da população. Os camelos são criados em baias com ventiladores ou ar-condicionado e praticamente só trabalham no inverno.
Agora que seus donos só circulam em carros de luxo e transportam cargas em caminhões e picapes importadas, os camelos viraram animais criados e treinados para competições.
Existem fazendas de criação de camelos, e raias são construídas especialmente para as corridas.
Essas pistas não são chamadas de "camelódromos", mas bem que poderiam...
Um bom camelo de corrida pode custar até US$ 1 milhão e os jóqueis, em geral, são crianças.
As corridas de camelo são eventos que atraem milhares de turistas e locais e só acontecem a partir de meados de outubro, quando as temperaturas começam a ficar mais amenas. Em Dubai, as corridas podem ser vistas sempre às sextas-feiras, em geral pela manhã.
Os falcões peregrinos são aves que também podem custar uma fortuna nos Emirados. Um filhote é vendido em mercados de Dubai e Abu Dhabi por cerca de US$ 200 e, à medida que cresce, vai sendo treinado para caçar outras aves ou pequenos animais.
A arte da falcoaria, muito difundida hoje em países como Inglaterra, EUA e Austrália, teve aqui seu berço, séculos atrás. Nessa época, os falcões tinham a missão de prover comida para seus donos. Hoje só caçam por esporte.
(FRANCISCO MARTINS DA COSTA)



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