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Caparaó abrigou a 1ª guerrilha
da Reportagem Local
"Todos juntos somos fortes, todos nós no mesmo barco, não há
nada a temer..." Quando Chico
Buarque compôs "Todos Juntos"
para a peça "Os Saltimbancos",
dos anos 70, deu o mote ideal a
uma paródia às avessas da primeira guerrilha do país, travada no
parque do Caparaó entre setembro
de 1966 e março de 1967.
Na serra mineira, o "todos" da letra da canção de Chico resumiu-se
a um punhado de ex-militares revoltados com o golpe de 1964, que
depôs o governo democrático do
presidente João Goulart.
Os 17 guerrilheiros embrenharam-se na mata por longos oito
meses, enquanto suas parcas provisões de comida diminuíam.
Os rebeldes, todos jovens pertencentes ao não menos imberbe Movimento Nacional Revolucionário,
tiveram de descer e subir montanhas com o armamento -meia
dúzia de revólveres- nas costas,
escapando de animais silvestres.
Sem comida e sem energia, eles
tiveram muito a temer quando caíram nas mãos dos militares ,em 30
de março de 1967. Um batalhão de
300 soldados da Polícia Militar cercou os esquálidos revolucionários
e os prendeu.
Mais tarde, durante o julgamento, no Rio de Janeiro, o grupo foi
defendido por Marcello Alencar.
Na época, revelou-se que Leonel
Brizola atuou como líder à distância do movimento.
(CARLA ARANHA)
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