São Paulo, segunda, 19 de outubro de 1998

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Caparaó abrigou a 1ª guerrilha

da Reportagem Local

"Todos juntos somos fortes, todos nós no mesmo barco, não há nada a temer..." Quando Chico Buarque compôs "Todos Juntos" para a peça "Os Saltimbancos", dos anos 70, deu o mote ideal a uma paródia às avessas da primeira guerrilha do país, travada no parque do Caparaó entre setembro de 1966 e março de 1967.
Na serra mineira, o "todos" da letra da canção de Chico resumiu-se a um punhado de ex-militares revoltados com o golpe de 1964, que depôs o governo democrático do presidente João Goulart.
Os 17 guerrilheiros embrenharam-se na mata por longos oito meses, enquanto suas parcas provisões de comida diminuíam.
Os rebeldes, todos jovens pertencentes ao não menos imberbe Movimento Nacional Revolucionário, tiveram de descer e subir montanhas com o armamento -meia dúzia de revólveres- nas costas, escapando de animais silvestres.
Sem comida e sem energia, eles tiveram muito a temer quando caíram nas mãos dos militares ,em 30 de março de 1967. Um batalhão de 300 soldados da Polícia Militar cercou os esquálidos revolucionários e os prendeu.
Mais tarde, durante o julgamento, no Rio de Janeiro, o grupo foi defendido por Marcello Alencar. Na época, revelou-se que Leonel Brizola atuou como líder à distância do movimento.
(CARLA ARANHA)



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