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FILHOS DE GANDHI
Com 20 mil pontos turísticos, cidades antiga e nova são coração político da Índia desde o século 19
Línguas de Déli confundem os visitantes
free-lance para a Folha
Déli é bonita, mas, como toda cidade grande, misteriosa. Ela desafia os visitantes com 20 mil pontos
turísticos e 4 idiomas: hindi, urdo,
punjabi e inglês.
A cidade tem grandes edifícios e
muito verde. O trânsito é caótico,
mas sinalizado. Não há animais
soltos pelas ruas, diferentemente
de quase todas as cidades indianas.
A velha Déli foi a capital da Índia
muçulmana entre os séculos 19 e
20. Na parte antiga, encontram-se
mesquitas, fortalezas e monumentos relacionados com a história
muçulmana do país.
Construída por Shah Jahan no
século 17, hoje é considerada centro da história indo-islâmica.
Visite a área das mesquitas com
cuidado, porque é uma região de
conflitos religiosos, ainda que a
polícia esteja sempre alerta.
A rua principal da velha Déli é a
Chandini Chowk, conhecida como
a rua da Prata, onde se encontram
técnicas milenares de ourivesaria.
No extremo oeste da Chandini
Chowk fica a mesquita Fatehpur,
erguida em 1650 por uma das mulheres do imperador Shah Jahan.
Outra atração é o forte Vermelho, mandado construir por Shah
Jahan, famoso por ser um trabalho
delicadamente esculpido, incrustado de pedras semipreciosas.
Criação britânica
Já Nova Déli, conhecida como cidade imperial, foi criada pelos britânicos. Durante a dominação britânica, a capital indiana foi Calcutá, até Nova Déli ser construída,
em 1911, por sir Edwin Lutyens e
sir Herbert Barker.
Os edifícios públicos em arenito
vermelho são no estilo mogul
-do apogeu do mundo indo-islâmico, que permaneceu no governo indiano entre 1526 e 1707.
Os períodos da história de Déli
são reconhecidos nos edifícios da
cidade. Uma das marcas é o Qutab
Minar (1193-1320), complexo cuja
característica é a combinação de
estilos indianos com os dos invasores muçulmanos.
Os principais elementos deixados foram as cúpulas e os arcos. O
Qutab Minar tem 73 metros de altura e é uma das mais perfeitas torres do mundo persa.
Bem perto, entre as ruínas da
mesquita Quwut-ul-Islam, fica o
Pilar de Ferro, que sobrevive às calamidades da natureza há mais de
1.500 anos e não enferruja.
Os roteiros incluem o templo
Birla Laxmi Narayan e o observatório astronômico Jantar-Mantar.
Vale a pena visitar o museu da
Estrada de Ferro, com a exótica
coleção de locomotivas da Índia,
entre elas uma máquina a vapor de
1885 ainda em funcionamento.
O monumento a Gandhi, em Nova Déli, é passagem quase obrigatória para os visitantes. É um grande jardim de frondosas árvores e
muito verde.
Gente com turbantes de todas as
cores. Fisionomias cansadas, corpos vergados, porém com uma
coisa em comum: a fé, a certeza
que o grande líder espiritual está
presente ali, abençoando a Índia.
Ninguém resiste -mesmo os
menos consumistas- a um passeio pelo centro financeiro e turístico de Nova Déli, a Connaught
Place, no extremo norte da cidade.
É uma praça com edifícios de características arquitetônicas semelhantes. Lá há várias lojas, agências
de companhias aéreas e muita gente pronta a fornecer qualquer informação.
(AZENI PASSOS)
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