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FORTALEZA, DE NOITE
Forró, centro cultural com bares, casas noturnas e humoristas são algumas opções de lazer noturno
Saracoteios e acepipes animam a balada
RICARDO LISBÔA
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa cidade em que às 17h30 o
céu já fica escuro, a noite não é
nem uma criança, é um feto. A
metáfora cabe ainda mais quando
se percebe que a vida noturna de
Fortaleza está tomando forma. A
terra do sol também pode ser chamada de terra da lua.
Os turistas tiram proveito disso.
Segundo o presidente da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo
de Fortaleza (Funcet), Barros Pinho, "a noite de Fortaleza não deixa nada a dever à de qualquer outra grande cidade".
Os pontos de diversão ainda
não são suficientes. Mas a quinta
cidade do Brasil quase dobrou de
tamanho na última década, desenvolveu peculiaridades e se tornou uma das mais alegres do país.
A profusão de humoristas contribui para o título. São dezenas
deles. Alguns como Rossicléa, Zé
Modesto e Raimundinha são estrelas em terras alencarinas.
Normalmente eles se apresentam em pizzarias, como as da rede
Shopping Pizza (veja quadro).
Mas já têm um bar específico para
isso, chamado Universidade do
Humor, com programação de
piadas politicamente incorretas.
Tímidos não devem se aventurar a passar pela frente do palco
durante a apresentação, pois serão, sem dúvida, o motivo da próxima anedota. Quem quer desopilar o fígado de forma mais reservada deve ir a peças humorísticas em teatros.
Outra diversão em Fortaleza são
os shows de forró, no modo pé-de-serra (tradicional, com sanfona, triângulo e zabumba) ou eletrônico (acrescido de guitarra, bateria, baixo e teclados).
O ritmo preferido da capital do
Ceará (é só ligar o rádio para ter
certeza disso) tem suas principais
festas organizadas em sítios longe
da cidade, como o Clube do Vaqueiro, o Parque do Vaqueiro e o
Cajueiro Drinks, onde até 15 mil
pessoas saracoteiam a noite toda.
Quem quebra essa regra é o bar
Pirata, que fica na parte antiga da
Praia de Iracema (bairro central
comparável à Vila Madalena, em
São Paulo, ou a Santa Tereza, no
Rio). Na segunda-feira, tida como
a mais animada do planeta, o espaço lota seus 3.000 lugares com
gente de várias partes do mundo.
À exceção das segundas-feiras, a
área que mais atrai turistas e nativos na noite fortalezense é o Centro Cultural Dragão do Mar.
O Dragão, como é chamado,
concentra museus, cinemas, teatro, planetário e um anfiteatro. Ali
há shows de artistas reconhecidos, como Nando Reis e Zélia
Duncan, a preços populares.
Mas o que geralmente leva as
pessoas ao Dragão é a efervescência de seu calçadão, com bares,
restaurantes e cantores de MPB, e
dos arredores, onde há várias casas noturnas, que funcionam em
casarões e galpões multicoloridos
do início do século 20.
Na parte mais nova de Iracema,
esse agito vem transtornando o
bairro, porque leva sua parte antiga a um processo de degradação.
Ações locais trabalham há alguns anos para a revitalização da
área, que é a mais tradicional da
noite fortalezense.
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