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São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 2003

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FORTALEZA, DE NOITE

Forró, centro cultural com bares, casas noturnas e humoristas são algumas opções de lazer noturno

Saracoteios e acepipes animam a balada

RICARDO LISBÔA
DA REPORTAGEM LOCAL

Numa cidade em que às 17h30 o céu já fica escuro, a noite não é nem uma criança, é um feto. A metáfora cabe ainda mais quando se percebe que a vida noturna de Fortaleza está tomando forma. A terra do sol também pode ser chamada de terra da lua.
Os turistas tiram proveito disso. Segundo o presidente da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo de Fortaleza (Funcet), Barros Pinho, "a noite de Fortaleza não deixa nada a dever à de qualquer outra grande cidade".
Os pontos de diversão ainda não são suficientes. Mas a quinta cidade do Brasil quase dobrou de tamanho na última década, desenvolveu peculiaridades e se tornou uma das mais alegres do país.
A profusão de humoristas contribui para o título. São dezenas deles. Alguns como Rossicléa, Zé Modesto e Raimundinha são estrelas em terras alencarinas.
Normalmente eles se apresentam em pizzarias, como as da rede Shopping Pizza (veja quadro). Mas já têm um bar específico para isso, chamado Universidade do Humor, com programação de piadas politicamente incorretas.
Tímidos não devem se aventurar a passar pela frente do palco durante a apresentação, pois serão, sem dúvida, o motivo da próxima anedota. Quem quer desopilar o fígado de forma mais reservada deve ir a peças humorísticas em teatros.
Outra diversão em Fortaleza são os shows de forró, no modo pé-de-serra (tradicional, com sanfona, triângulo e zabumba) ou eletrônico (acrescido de guitarra, bateria, baixo e teclados).
O ritmo preferido da capital do Ceará (é só ligar o rádio para ter certeza disso) tem suas principais festas organizadas em sítios longe da cidade, como o Clube do Vaqueiro, o Parque do Vaqueiro e o Cajueiro Drinks, onde até 15 mil pessoas saracoteiam a noite toda.
Quem quebra essa regra é o bar Pirata, que fica na parte antiga da Praia de Iracema (bairro central comparável à Vila Madalena, em São Paulo, ou a Santa Tereza, no Rio). Na segunda-feira, tida como a mais animada do planeta, o espaço lota seus 3.000 lugares com gente de várias partes do mundo.
À exceção das segundas-feiras, a área que mais atrai turistas e nativos na noite fortalezense é o Centro Cultural Dragão do Mar.
O Dragão, como é chamado, concentra museus, cinemas, teatro, planetário e um anfiteatro. Ali há shows de artistas reconhecidos, como Nando Reis e Zélia Duncan, a preços populares.
Mas o que geralmente leva as pessoas ao Dragão é a efervescência de seu calçadão, com bares, restaurantes e cantores de MPB, e dos arredores, onde há várias casas noturnas, que funcionam em casarões e galpões multicoloridos do início do século 20.
Na parte mais nova de Iracema, esse agito vem transtornando o bairro, porque leva sua parte antiga a um processo de degradação.
Ações locais trabalham há alguns anos para a revitalização da área, que é a mais tradicional da noite fortalezense.


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